Ontem, o banco regional Zion revelou um prejuízo de US$ 50 milhões no terceiro trimestre em dois empréstimos, segundo a agência Reuters. Já outras instituições, como Jefferies e Western Alliance, reportaram exposição a uma empresa em falência e processo de fraude, respectivamente, o que levantou temores e reacendeu o medo de uma nova crise bancária regional.
Com o aumento da aversão ao risco, o bitcoin caiu para a faixa dos US$ 104 mil nesta sexta-feira (17), com recuo de 6,41% no dia, de acordo com a plataforma CoinMarketCap. No acumulado da semana, a perda chega a 14%.
Os traders de derivativos – instrumentos financeiros que permitem especular sobre o preço futuro de ativos – também sentiram o baque. Segundo dados do CoinGlass, mais de US$ 1,09 bilhão em posições foram liquidadas nas últimas 24 horas, sobretudo entre os que estavam comprados em bitcoin (ou seja, apostando na alta do ativo).
A pressão se espalhou também para os ETFs (fundos negociados em bolsa) de bitcoin à vista dos EUA, que registraram uma saída líquida diária de US$ 536,4 milhões ontem – o maior fluxo negativo desde 1º de agosto. Na semana, as retiradas somam US$ 864,5 milhões.
As altcoins (criptos alternativas ao BTC) operam em forte queda nesta sexta-feira junto com o bitcoin. E o clima negativo não ficou restrito ao mercado cripto: no pré-market de Nova York, os principais índices futuros recuam – Dow Jones (-0,77%), S&P 500 (-1,07%) e Nasdaq (-1,26%).
Veja as cotações das principais criptomoedas às 7h40:
Bitcoin (BTC): -6,41%, US$ 104.250,20
Ethereum (ETH): – 5,78%, US$ 3.751,70
XRP (XRP): -6,69%, US$ 2,23
BNB (BNB): – 11,90%, US$ 1.046,93
Solana (SOL): -8,74%, US$ 175,84
Outros destaques do mercado cripto
A culpa é dos “cripto nativos”. Lembra do crash da semana passada, em meio à treta entre EUA e China? Pois é – segundo analistas do JPMorgan, a correção no mercado de ativos digitais foi provocada principalmente por investidores nativos de cripto, e não pelos detentores de ETFs institucionais ou de varejo. Eles explicaram que, embora tenha havido saídas moderadas de fundos e exchanges, o principal impacto veio dos futuros perpétuos – um produto financeiro muito usado por traders cripto das antigas – que passaram por uma forte desalavancagem. Cada uma, né?
Stablecoins estão de vento em popa. Mas chega de notícia ruim sobre queda, né? Vamos fechar com algo positivo. O pessoal da Lumx, empresa em infraestrutura para pagamentos com stablecoins, está feliz da vida. Eles conseguiram captar US$3,4 milhões em rodada de investimento liderada pela Indicator Capital e pela CMT Digital. O aporte também contou com participação dos fundo Escala Capital, além de investidores estratégicos como Bitso, Nomad e CAF Ventures (CAFE), e os investidores-anjo Josh Weiss e Chuk Okpalugo. Eita, quanta gente. O novo capital será usado para expandir a operação na região e acelerar o uso de stablecoins no Brasil.