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Bitcoin Treasury Company, bitcoin e fundo cripto: quais as diferenças entre os investimentos?

Empresa, criptomoeda e fundo têm propostas diferentes; entenda

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A estreia da bitcoin treasury company OranjeBTC (OBTC3) na bolsa de valores nesta semana chamou atenção – e foi destaque em vários veículos, inclusive aqui no InvestNews. Mas, afinal, como esse tipo de empresa funciona? E qual a diferença entre investir nela, comprar bitcoin (BTC) diretamente ou aplicar em um fundo de criptomoedas?

Vamos por partes.

O objetivo de uma bitcoin treasury company é acumular bitcoin e, ao mesmo tempo, fazer com que o valor de suas ações cresça mais do que o próprio BTC, de modo a atrair mais investidores. Ela tenta dar mais valor aos seus papéis por meio de alavancagem financeira – ou seja, captando recursos por meio de dívidas ou novas emissões de ações para comprar ainda mais cripto.

Para fins didáticos, vamos supor que a ação da empresa seja equivalente a um bitcoin (o que não é o caso na realidade, ok?). Se a estratégia da companhia der certo, essa ação poderia passar a representar o equivalente a 1,2 BTC, por exemplo, no período de um ano. Já em uma situação em que o investidor compra 1 BTC, ele vai ter 1 BTC no mesmo período.

Tá, então dá pra dizer que uma bitcoin treasury company é concorrente do Bitcoin? Sim e não.

Sim, porque ela compete pelo seu dinheiro: quem quer se expor ao BTC precisa escolher se compra a criptomoeda ou as ações da empresa. E não, porque o desempenho da companhia depende totalmente do Bitcoin. Se o BTC cair, o valor da empresa também cai. O modelo de negócios da OranjeBTC, portanto, é uma aposta alavancada no sucesso futuro do Bitcoin.

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Quais os riscos?

A acumulação de BTC não gera caixa naturalmente para uma bitcoin treasury company. A única maneira de empresas de tesouraria comprarem mais cripto é por meio de recursos captados no mercado de capitais – como ações, dívidas ou outros instrumentos financeiros.

“Isso só será positivo para os acionistas se as condições de mercado forem favoráveis. Portanto, o maior risco para o negócio é a falta de acesso a capital ou condições de mercado que impeçam a acumulação de moedas/ações”, disse o Itaú BBA, em relatório publicado nesta semana.

Qual a diferença para investir direto em bitcoin

O investimento em uma bitcoin treasury company é diferente de investir diretamente na criptomoeda, via exchange ou banco digital, por exemplo. Nesse caso, o investidor está exposto diretamente ao desempenho do preço do bitcoin – sem amplificadores.

Os riscos são aqueles inerentes ao ativo, como a alta volatilidade. No caso de manter as criptos em uma plataforma, há sempre a preocupação com segurança. Já se o investidor decide guardar suas criptos em carteira própria, é preciso cuidar bem de suas chaves privadas, porque, se as perder, não há como recuperar os ativos.

E os fundos, como os ETFs?

Já os fundos de investimento em cripto reúnem recursos de vários investidores e compram diretamente criptomoedas. No caso dos ETFs – fundos negociados em bolsa e que estão em alta – cada cota representa uma fração dos ativos que o fundo tem (como bitcoin, ethereum ou um mix de criptos, dependendo do produto). Ou seja, o fundo efetivamente compra os criptoativos.

Entre os principais riscos está o de liquidez: ele ocorre quando há pouca ou nenhuma procura pelas cotas do fundo ou pelos criptoativos que compõem o índice de referência.

Uma eventual vantagem dos ETFs e fundos é que o investidor pode ficar despreocupado em relação à custódia do ativo, ou seja, a guarda da criptomoeda. A gestora se torna responsável por contratar um serviço e assumir os riscos.

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