A inteligência artificial tem tornado empresas e rotinas profissionais muito mais eficientes, dinâmicas e escaláveis. Mas essas qualidades da IA têm seu lado obscuro: cibercriminosos têm usado as ferramentas para realizarem ataques digitais em tempo real e até criar lojas virtuais de aplicativos hackers. Um relatório da Anthropic publicado na quarta-feira (27) mostra que a união da IA com as criptos está ampliando a escala de crimes digitais.
Um caso descrito pelos pesquisadores foi batizado de “vibe hacking”. Nele, um criminoso usou o Claude Code — IA da própria Anthropic — para coordenar uma operação de extorsão em massa que atingiu pelo menos 17 organizações, incluindo órgãos públicos, hospitais e instituições religiosas nos Estados Unidos.
Diferente de um “ransomware” tradicional, que usa brechas normalmente abertas por seres humanos para sequestrar máquinas e pedir resgates, o ataque usou o Claude para automatizar a coleta de credenciais, invasão de redes e roubo de dados sensíveis.
A IA executou ações como varrer conexões VPN, escrever “malwares” sob medida e analisar informações roubadas para identificar quais vítimas tinham maior capacidade de pagar. As notas de resgate também foram feitas pelo Claude, com exigências que variavam entre US$ 75 mil e US$ 500 mil em Bitcoin.
O relatório mostra que grande parte do dinheiro desses crimes circula por criptomoedas. Além da campanha de extorsão com Bitcoin, a Anthropic detectou fóruns de dark web onde kits de ransomware produzidos por IA são vendidos como “serviço”.
O relatório detalha ainda a atuação de um operador no Reino Unido que, com apoio de IA, montou uma loja de ransomware sem código, vendidos por até US$ 1,2 mil. A Anthropic destacou que o vendedor não teria capacidade de desenvolver esse tipo de malware sem auxílio da IA — evidência de que a tecnologia apagou a barreira de entrada para criminosos inexperientes.
O relatório ainda descreve como a IA alimenta cadeias de fraude em massa. Há fóruns vendendo identidades sintéticas e lojas de cartões roubados automatizadas. Até mesmo golpes de romance se sofisticaram: um bot no Telegram, abastecido pelo Claude, gerava mensagens emocionalmente manipulativas em vários idiomas e atendia mais de 10 mil usuários por mês.
“As antigas premissas sobre a relação entre sofisticação e complexidade dos ataques não valem mais”, conclui o relatório. O crime digital já era um negócio bilionário — com IA, ele se tornou assustadoramente escalável.
Desempenho das principais criptomoedas
O mercado de criptomoedas amanhece em alta nesta quinta-feira (28). Os ativos mostram uma leve recuperação em meio aos resultados sem surpresas da Nvidia, a gigante dos chips para IA, divulgados na noite de quarta-feira após o fechamento dos mercados. O Bitcoin recupera o patamar de US$ 112 mil. O Ethereum se mantém acima dos US$ 4,6 mil.
Às 8h, as principais criptomoedas operavam em alta; veja as cotações:
Bitcoin (BTC): + 1,71%, US$ 112.998,66
Ethereum (ETH): + 0,38%, US$ 4.605,74
XRP (XRP): + 0,08%, US$ 3,00
BNB (BNB): + 1,41%, US$ 869,81
Solana (SOL): + 4,41%, US$ 213,28
TRON (TRX): + 0,18%, US$ 0,3494
Principais notícias do mercado cripto
Jogo virtual une futebol e cripto e já movimenta milhões de dólares. A plataforma Football.fun une simulador de time de futebol com criptoativos e faz sucesso na Europa. A plataforma permite que usuários negociar “ações” de jogadores de futebol profissional das principais ligas do mundo. Essas ações representam os atletas em disputas virtuais, mas também atuam como tokens cripto, permitindo que os usuários comprem e vendam como fariam com outros ativos digitais. De acordo com dados do painel Dune, a plataforma já recebeu cerca de US$ 17 milhões em depósitos, com pico de US$ 15 milhões em volume diário de negociações em 24 de agosto. O preço de cada jogador é definido pela oferta e demanda no mercado. Estrelas como Lamine Yamal, do Bacelona, e Mbappé, do Real Madrid, estão avaliadas em 1,61 GOLD e 1,22 GOLD por ação (o equivalente a US$ 1,61 e US$ 1,22). O portfólio de atletas do usuário por ser usado para montar times e o desempenho das equipes virtuais acompanha os resultados reais das partidas. Jogadores recebem pontos por gols e defesas, mas também podem perder pontuação em lances negativos, como gols contra ou chances desperdiçadas.
Google lança sua própria blockchain. O Google anunciou nesta quarta-feira (27) a criação de sua própria blockchain. Chamada Google Cloud Universal Ledger (GCUL), é especializada em stablecoins e vai servir, principalmente, para a criaçnao de serviços de pagamentos e produtos de mercado financeiro. A novidade surge em um momento no qual os EUA têm se distanciado da proposta de criação de uma moeda digital emitida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), conhecida como CBDC. Especialistas apontam que o objetivo do governo é deixar para o setor privado a missão de digitalizar o dólar. A novidade também pode impactar criptomoedas já consolidadas, como Ethereum e Solana, se a blockchain do Google for mais segura e simples que as soluções já existentes.