Amparado pela alta de ações sensíveis ao movimento dos juros no Brasil, o Ibovespa oscila perto de um novo recorde. No começo da tarde desta quinta-feira (11), o principal índice da B3 subia 0,85%, aos 143.551 pontos, depois de superar a faixa dos 144 mil pontos pela primeira vez na história. Se continuar nessa toada, o índice marcará uma nova máxima em relação à sexta-feira passada, quando encerrou em 142.640 pontos.
O dia é positivo para os grandes papéis da bolsa, como Petrobras e Vale, mas o destaque do dia são as ações de empresas mais sensíveis ao movimento dos juros, sobretudo no setor de varejo. É o caso de Magazine Luiza (MGLU3), que avança mais de 6%. O papel vem acumulando altas há alguns pregões e já marca uma valorização de 40% em setembro.
Operadores do mercado destacam, porém, que o papel segue “descontado” – ou barato, em bom português. Em 12 meses, a Magalu ainda cai 10,4%. Ainda no setor, C&A (CEAB3), Vivara (VIVA3) e Smartfit (SMFT3) sobem mais de 3%.
Essas companhias não tem nada a ver com os Estados Unidos, mas os EUA têm tudo a ver com o mercado brasileiro. Isso porque diversos ativos de risco globais, incluindo o Ibovespa e o real, operam em alta após dados macroeconômicos apontarem para um esfriamento da atividade americana. Por aqui, a moeda americana cede ao menor nível desde julho de 2024, já na casa dos R$ 5,37.
Uma atividade mais fraca por lá implica uma inflação potencialmente mais controlada. Com isso, cresce a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o BC americano) comece o corte de juros ainda neste mês, dando o pontapé inicial para uma flexibilização monetária.
A expectativa de redução dos juros nos EUA já está amplamente “precificada”, como dizem os profissionais de mercado ao se referirem o quanto das projeções já foram incorporadas ao preços dos ativos.
Ainda assim, novos dados que confirmem a tendência de perda de força da maior economia do mundo abrem espaço para mais cortes de juros lá na frente – para a reunião do Fed em outubro, por exemplo, 80% dos investidores esperam outra redução das taxas, conforme dados da ferramenta CME FedWatch.