Recorde para as bolsas americanas, recorde para a bolsa brasileira. Amparado pela maior procura por mercados considerados mais arriscados e pela alta de ações sensíveis ao movimento dos juros no Brasil, o Ibovespa subiu 0,64% e encerrou em nova máxima histórica, aos 143.150 pontos. Na máxima do dia, chegou até mesmo a ultrapassar pela primeira vez os 144 mil pontos.

Mas o dia de alegria para ativos de risco não ficou só por aqui. Nos EUA, os três principais índices de mercado também tiveram recordes: Dow Jones subiu 1,36%, o S&P500 avançou 0,85% e o Nasdaq teve alta de 0,72%. O ETF (fundo negociado em bolsa) ligado a ações de mercados emergentes, o iShares MSCI Emerging Markets, terminou em alta de 1,5%. O dólar caiu 0,3%, negociado na faixa dos R$ 5,39.

O motivo para todo esse movimento é simples: a expectativa de cortes de juros nos EUA. Dessa vez, o embalo veio de novos dados macroeconômicos divulgados hoje, que reforçaram que há um esfriamento da atividade americana.

Em linhas gerais, isso significa uma inflação mais controlada. E um ambiente de preços comportados significa que o Federal Reserve (Fed, o BC americano) tem total respaldo para dar o pontapé inicial em direção a uma flexibilização monetária a partir deste mês.

A redução dos juros nos EUA já está amplamente “precificada”, como dizem os profissionais de mercado ao se referirem ao quanto as expectativas já foram incorporadas ao preços dos ativos.

Ainda assim, novos dados que confirmem a tendência de perda de força da maior economia do mundo abrem espaço para mais cortes de juros até o fim do ano – para a reunião do Fed em outubro, por exemplo, 80% dos investidores esperam outra redução das taxas, conforme dados da ferramenta CME FedWatch.

Um corte de juros nos EUA também tem poder para influenciar a política monetária de outros países, inclusive o Brasil. De olho nisso, o destaque do dia na bolsa local foram as ações de empresas mais sensíveis ao movimento da Selic, sobretudo no setor de varejo. É o caso de Magazine Luiza (MGLU3), que subiu 8%.

O papel vem acumulando altas há alguns pregões e já marca uma valorização de 40% em setembro. Operadores de mercado atribuem a valorização forte da empresa ao fato de que o papel segue “descontado” – ou barato, em bom português. Em 12 meses, a Magalu ainda cai cerca de 10%. Entre os demais destaques do dia estão Vivara (VIVA3) e Cyrela (CYRE3), em alta de 5% no dia, além de Localiza (RENT3) e Azzas 2154 (AZZA3), que subiram mais de 3%.