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Mercados hoje: inflação nos EUA e no Brasil calibram expectativas de investidores

Lá fora tem o PCE, índice de inflação preferido do Fed para calibrar os juros. Aqui, o IGP-DI de novembro ficou estável.

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Bom dia!
A sexta-feira, 5 de dezembro, começa com todo mundo de olho no único dado oficial de inflação de consumo nos EUA que o Federal Reserve (Fed) vai ter antes de decidir sobre os juros na semana que vem. É o PCE, indicador de inflação preferido do banco central americano. Os números ainda se referem a setembro porque a divulgação ficou prejudicada durante a paralisação parcial do governo dos Estados Unidos, o shutdown. E você sabe como é: se os resultados vierem conforme o esperado, a percepção de corte de juros iminente pode ajudar a manter os investidores de bom humor. Por aqui, após novo recorde na quinta-feira, o Ibovespa pode se manter no modo para o alto e avante. Se o exterior ajudar.

Enquanto você dormia…

  • Os futuros das bolsas de Nova York abrem em alta leve. Às 7h, o S&P 500 futuro tinha alta de +0,16% e o Nasdaq de +0,34%.
  • A Europa mantém um compasso de espera: o Stoxx 600 sobe +0,32% à espera do PIB da zona do euro no 3º tri.
  • Na Ásia, o índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, fechou em queda de -1,03% ainda sob efeito da perspectiva de subida de juros pelo banco central japonês, o BoJ. O índice Hang Seng, de Hong Kong, por sua vez, subiu +0,58% ante a possibilidade de o governo chinês implementar novos estímulos.
  • O índice dólar (DXY) recua -0,06% aos 98,99 potnos, perto da mínima de cinco semanas, com o mercado precificando cortes de juros nos EUA em 2026. O petróleo Brent tem alta de +0,21% a US$ 63,39 o barril. O juro da Treasury de 10 anos tem leva alta a 4,11% ao ano.


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Destaques do dia

  • Os mercados entram na sexta de olhos grudados no índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), o termômetro de inflação preferido do Fed. Os investidores apostam majoritariamente em um corte de 0,25 ponto percentual na reunião do Fed daqui a cinco dias. A ferramenta FedWatch da CME aponta cerca de 87,2% de chance de corte na próxima renião, movimento que ajudou a sustentar a alta recente das bolsas.
  • No Brasil, a manhã é de indicadores de inflação: IGP-DI de novembro e preços ao produtor (IPP) de outubro. O IGPD-DI veio praticamente estável: 0,1%. Em 12 meses, segue em queda, de 0,44%. O IPP também veio em queda: -0,48%; em 12 meses, -1,82%. O pano de fundo é o PIB do 3º trimestre, que cresceu só 0,1% na margem, abaixo do esperado, reforçando a leitura de desaceleração da economia e mantendo vivo o debate sobre corte da Selic em janeiro.
  • E como isso impacta os negócios? Se o PCE vier mais comportado, reforça o cenário de juros menores nos EUA e mantém a combinação que ajudou o Ibovespa a bater 164.455 pontos ontem e o dólar mais fraco pouco acima dos R$ 5,30.

Giro pelo mundo

  • Paramount contesta a forma como a Warner Bros está conduzindo seu processo de venda. Paramount, Netflix e Comcast apresentaram propostas da segunda rodada para adquirir parte ou todos os ativos da Warner. Na quinta-feira (4), a Netflix figurava como a principal candidata.

Giro pelo Brasil

  • PIB perde fôlego: o PIB cresceu 0,1% no 3º tri contra o 2º, abaixo da projeção de 0,2%, com serviços e consumo das famílias andando devagar e Selic a 15% pesando na atividade. Os dados reforçam a visão de que o juro alto está fazendo seu trabalho a poucos dias da próxima reunião do BC na terça e quarta da semana que vem.
  • Lei de Diretrizes Orçamentárias 2026 aprovada: Congresso chancelou LDO com meta de superávit de 0,25% do PIB para o governo central em 2026, permitindo ao executivo mirar o piso da banda e abrindo exceção de até R$ 10 bilhões para estatais em reequilíbrio, como os Correios; próximos passos são a sanção presidencial e a votação do Orçamento.
  • Ibovespa na máxima: o índice fechou quinta-feira (4) em alta de 1,67%, aos 164.455 pontos, novo recorde nominal, embalado por apostas de Selic menor em 2026 após o PIB fraco; dólar chegou a ficar abaixo de R$ 5,30 e terminou perto de R$ 5,31.
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Giro corporativo

  • InterCement em reconstrução: Lago Escondido, veículo de investimento ligado a Joe Lewis, deverá ficar com cerca de 19,5% da fabricante de cimentos ainda controlada pela antiga Camargo Corrêa (hoje Mover), após a conversão de créditos da recuperação judicial.
  • O argentino Marcelo Mindlin deve alcançar aproximadamente 8% do capital da Intercement no novo desenho acionário. A entrada de Mindlin e Lewis ocorre por meio da Latcem, o veículo montado pelos credores para receber até 38,5% das ações. 
  • Petrobras e Shell arremataram juntas, sem concorrência, duas das três áreas ofertadas em leilão inédito de participações da União em campos em produção no pré-sal.
  • Os lances do consórcio formado pelas empresas, que já são sócias nos dois campos, somaram cerca de R$8,8 bilhões em arrecadação ao governo federal, abaixo dos R$10,2 bilhões previstos pelo governo.

Agenda do dia

  • 08:00 – IGP-DI (novembro) — FGV. Termômetro importante de preços ao atacado e contratos indexados, ajudando a calibrar expectativas de inflação.
  • 09:00 – Índice de Preços ao Produtor (outubro) — IBGE. Mostra pressão de custos na indústria e o potencial repasse para o varejo.
  • 07:00 – PIB 3º tri (zona do euro) — Eurostat. Ajuda a medir o fôlego da economia europeia num momento de juros altos e crescimento fraco.
  • 11:00 – STF em plenário virtual sobre marco temporal — Brasil. Tema sensível para agronegócio e imagem externa do país, com possível impacto em percepção de risco das exportações.
  • 12:00 – PCE (setembro) — EUA. Indicador de inflação preferido do Fed; consenso gira em torno de alta mensal de 0,2% ante agosto.
  • 12:00 – Confiança do consumidor (dezembro) — EUA (Univ. Michigan). Sinaliza humor das famílias americanas às vésperas da decisão do Fed.

Ótima sexta-feira e bons negócios!

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