A terça-feira, 23 de dezembro, começa com cautela e cara de fim de ano: liquidez reduzida e muita gente já longe do mercado. Lá fora, a divulgação da leitura final do PIB dos Estados Unidos no terceiro trimestre concentra as atenções. Uma leitura mais fraca pode embalar a perspectiva de uma extensão dos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em janeiro. No Brasil, o dólar ganhou força com pressão de demanda pela moeda dos EUA e aumento da sensibilidade ao risco eleitoral. O dia reserva ainda a divulgação do IPCA-15, prévia da inflação em dezembro.
Enquanto você dormia…
- O clima internacional é morno, refletindo a ausência de novidades relevantes e a proximidade do Natal. ãs 7h25, os futuros das bolsas de Nova York seguem em leve alta. O S&P 500 futuro sobe +0,05%, enquanto o Nasdaq futuro avanca +0,06%.
- Na Europa, o Stoxx 600 segue em alta de +0,28%.
- Na Ásia, as bolsa fecharam quase estáveis. O índice Nikkei, de Tóquio, encerrou com alta de +0,02%. O Hang Seng, de Hong Kong, terminou com queda de -0,11%.
- O índice do dólar (DXY) está em queda de -0,39% aos 97,89 pontos. O petróleo Brent segue em alta de +0,18% aos US$ 62,18 o barril. Os juros da Treasury de 10 anos estão em queda a 4,14% ao ano.
Destaques do dia
- O dólar se mantém em alta ante o real impulsionado pela demanda de fim de ano para remessas ao exterior e viagens. Em dia de baixa liquidez, a moeda americana flerta com o nível de R$ 5,60, visto pela última vez em junho. No pano de fundo, a maior percepção de risco doméstico, especialmente ligado ao cenário eleitoral, também pressiona a cotação. A ausência de choques externos reforça a leitura de que a pressão está sendo majoritariamente local.
- E o que isso importa? Um dólar mais forte pressiona expectativas de inflação, influencia a curva de juros e tende a pesar sobre empresas com custos dolarizados, ao mesmo tempo em que pode beneficiar exportadoras.
Giro pelo mundo
- Netflix e Warner: a companhia de streaming refinanciou parte de um empréstimo-ponte de US$ 59 bilhões com dívida mais barata e de prazo mais longo, reforçando o pacote financeiro que sustenta sua oferta pela Warner Bros. Discovery.
- A gigante do streaming obteve uma linha de crédito rotativa de US$ 5 bilhões e dois empréstimos a prazo com saque diferido de US$ 10 bilhões cada. Com isso, restam US$ 34 bilhões para levantar via sindicato de bancos..
Giro pelo Brasil
- O ex-presidente Jair Bolsonaro concede primeira entrevista desde que foi preso. O portal Metrópoles fará transmissão ao vivo no YouTube, às 11h.
Giro corporativo
- Hapvida anuncia um novo CEO: o CFO e diretor de tecnologia da companhia, Luccas Adib, foi escolhido, em um processo de transição sem data definida para ser concluído. Adib será preparado ao longo do próximo ano para assumir como CEO, enquanto o atual presidente, Jorge Pinheiro, migrará gradualmente para a função de presidente do conselho.
- Cosan e Rumo: a holding negociou aproximadamente 9,94% do capital da operadora ferroviária e, ao mesmo tempo, manteve a exposição econômica a essas ações por meio de contratos financeiros conhecidos como total return swap. Com isso, levantou cerca de R$ 2,5 bilhões para o caixa.
Agenda do dia
- 09:00: IPCA-15 de dezembro – IBGE/Brasil. Índice é visto como a prévia da inflação cheia em dezembro
- 09:30: Índices de confiança do consumidor — EUA. Importante termômetro do consumo, principal motor da economia americana.
- 10:30: PIB dos EUA no 3º trimestre. Índice de atividade do país. Se o indicador mostrar desaceleração, pode reforçar a expectativa para novo corte de juros em janeiro.
- 11:00: Índice de preços de imóveis — EUA. Ajuda a avaliar pressões inflacionárias no setor imobiliário.
- 11:30: Estoques semanais de petróleo — EUA. Podem influenciar preços do petróleo e ações do setor de energia.
Ótima terça-feira e bons negócios!
