Swap é uma operação bem conhecida e frequente entre instituições financeiras, especuladores, empresas e até o Banco Central. Trata-se de uma forma de proteção contra a volatilidade do mercado e “previsão” para os agentes do mercado.
O que é swap?
Swap é a troca de rentabilidade — e riscos — entre duas partes no mercado financeiro. Trata-se de uma negociação, considerada derivada, em que ambos lados concordam em permutar os resultados da sua operação entre si.
Essa transação pode acontecer entre:
- uma empresa e um investidor;
- uma empresa e outra empresa;
- um investidor e outro investidor;
- uma instituição financeira e um investidor, entre outras variações.
O termo “swap” significa justamente “troca” ou “permuta” em português e não é novo no mercado financeiro. Em 1980, inclusive, a IBM (International Business Machines Corporation) e o Banco Mundial realizaram essa operação: a empresa assumiu as dívidas em dólar do banco e o banco assumiu as dívidas em francos suíços e marcos alemães.
Para que serve o swap?
Essa operação tem a função principal de reduzir riscos e tornar o resultado mais previsível entre as partes do contrato frente às diversas oscilações imprevisíveis do mercado.
Nesse caso, as empresas que trabalham com importação e exportação costumam ser as mais beneficiadas dessa operação, pois sofrem bastante com a volatilidade cambial.
Exemplo de swap
Imagine que uma empresa receberá US$ 5 mil dentro de 30 dias e precisará pagar R$ 25 mil de uma dívida em 40 dias. Considerando que a cotação do dólar esteja em R$ 5,40, isso significa que ela receberá R$ 26.985 em 1 mês, certo?
Não exatamente. Não é possível prever com exatidão, já que o câmbio e o mercado podem variar de diversas maneiras. Se o dólar cair para R$ 4,91, faltaria dinheiro para que a empresa pagasse sua dívida.
Nesse caso, uma alternativa seria utilizar uma operação de swap cambial para garantir que o risco de oscilação não atrapalhe os planos.
Além das corporações, os especuladores também são outro grupo que podem enxergar o swap como uma forma de lucrar. Baseando-se em análises técnicas, eles conseguem especular possíveis altas ou baixas de moedas, índices, commodities ou taxas.
Essa operação impacta diretamente no valor do real, visto que o Banco Central utiliza os contratos de swap para equilibrar a volatilidade do dólar. Nesse caso, seu objetivo não é o lucro e sim a estabilização da moeda em momentos de altas ou baixas bruscas.
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Como funciona um contrato de swap?
O swap funciona como um contrato de data de vencimento definido cujo objetivo é trocar os resultados entre duas partes. Ao final do período, um lado assume a rentabilidade (positiva ou negativa) da outra.
É considerado um derivado, ou seja, boa parte de seu valor deriva de um ativo subjacente, taxa de referência ou índice — nesse caso, as partes trocam a rentabilidade de um ativo (como um CDB).
No Brasil, quem negocia é a bolsa de valores, as partes definem seus termos (taxas, prazos, entre outras condições) e a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados registra a operação.
Riscos do swap
Vale ressaltar que o swap é vantajoso desde que a troca seja interessante. Caso alguém troque real por dólar, por exemplo, e o dólar tenha variação negativa no final do contrato, a rentabilidade fica abalada.
Desse modo, é essencial ser um investidor experiente no mercado de derivados para fazer boas escolhas.
Tipos de swap
Existem diversos tipos de swap no mercado. Os principais são:
Swap cambial
É a operação de troca cambial entre ativos a uma taxa de juros previamente conhecida. Basicamente, ao final do período do contrato, a parte 1 recebe o rendimento da parte 2 em outra moeda e vice-versa.
Até mesmo governos podem utilizar esse tipo de swap. A China, por exemplo, utilizou swaps com a Argentina em 2008 como estratégia para estabilizar suas reservas internacionais.
Por exemplo:
Dois investidores fizeram um swap entre dólar e euro com vencimento em dois meses. Passado o tempo, o dólar oscilou 10% e o euro, 5%. Então, ocorreu a troca entre essas variações.
Swap cambial tradicional e reverso
Dentro do swap cambial, existem dois tipos: tradicional e reverso. As instituições financeiras utilizam o tradicional quando têm a expectativa de desvalorização do real em relação ao dólar.
Já o reverso é buscado quando a previsão é de valorização do real frente à moeda americana — é a chamada “compra de dólar futuro”.
É justamente com o swap cambial tradicional e reverso que o Banco Central tenta estabilizar a oferta e demanda da moeda americana, oferecendo juros do período aos compradores em troca de receber o pagamento do investidor. Seu objetivo, contudo, não é o lucro e sim frear uma alta ou baixa brusca do dólar. Desse modo, o BC consegue manter o equilíbrio cambial e os investidores se protegem da volatilidade acentuada do dólar.
Swap de índices
É a operação de troca entre os retornos de índices de preços, como o IPCA ou INPC, ou índice de ativos, como o Ibovespa. Em geral, também existe o acréscimo de alguma taxa de juros.
Swap de commodities
Esse é um tipo de troca mais utilizado por empresas importadoras e exportadoras de produtos de origem primária, como milho ou ouro. É uma transação frequente em empresas que dependem bastante do preço de commodities para manter suas operações.
Swap de taxa de juros
Assim como as outras modalidades, consiste na troca entre a variação da taxa de juros. São duas, uma prefixada e outra variável (a que realmente definirá o lucro ou prejuízo da rentabilidade final), e as partes trocam ao final do contrato.
Por exemplo, imaginemos que um investidor pegou um CDB a uma taxa prefixada, mas reparou na tendência de alta de juros nos próximos tempos. É possível realizar o swap e trocar uma taxa prefixada por uma taxa de juros pós-fixada.
Swap e hedge: existe alguma relação?
Hedge é uma estratégia de proteção contra a volatilidade de um ativo. O swap poderia ser usado, portanto, como um tipo de hedge.
Além da estratégia de hedge, o investidor pode proteger seus investimentos com diferentes ativos e derivados — swaps, opções, contratos futuros, entre outros.