O Ministério da Fazenda confirmou que, a partir de 2026, o imposto de renda sobre os ganhos com criptoativos vai ser ampliado e a tabela progressiva vai ser substituída por uma alíquota única de 17,5%. Isso significa, na prática, um IR maior para grande parte dos investidores. Além disso, a fiscalização vai incluir até ativos em autocustódia, operações em DeFi e investidores estrangeiros.
A Receita Federal vai passar a cobrar uma alíquota única sobre o ganho de capital de todas as operações com Bitcoin e outras criptomoedas. Outra mudança é o fim da atual isenção de R$ 35 mil mensais. Criptoativos custodiados no exterior também são tributados, independentemente do valor, com alíquota de 15%.
Até o primeiro semestre de 2025, o IR cobrado seguia uma tabela regressiva, conforme o valor. Mas a maior parte das operações se enquadrava na alíquota menor de 15% (ver tabela). Portanto, com o novo IR de 17,5%, haverá um aumento de imposto para grande parte dos investidores.
A medida, prevista na MP nº 1.303, amplia a fiscalização para incluir até ativos em autocustódia, operações em DeFi e investidores estrangeiros. Além de restringir a compensação de prejuízos apenas dentro do mercado cripto, o governo também determinou que empresas passem a incluir ganhos com ativos digitais no cálculo do IRPJ e da CSLL. Segundo a Fazenda, a regra busca eliminar brechas fiscais e equilibrar a tributação em relação a outros investimentos, reforçando o ajuste das contas públicas para 2025 e 2026.
Desempenho das principais criptomoedas
O mercado de criptomoedas amanhece em compasso de espera nesta sexta-feira (22), refletindo a tensão dos investidores diante do simpósio de Jackson Hole, evento que costuma dar pistas sobre os próximos passos da política monetária dos Estados Unidos. Com o presidente do Federal Reserve no centro das atenções, aumentam as apostas sobre o rumo dos juros por lá.
Um discurso apontando para cortes pode reacender o otimismo e puxar o Bitcoin para cima, mas, se houver sinal de manutenção ou alta das taxas, a tendência é de queda. Diante da incerteza e do cenário global instável, o Bitcoin tem recuado nos últimos dias.
Às 8h40, as principais criptomoedas operavam em queda; veja as cotações:
Bitcoin (BTC): – 1,02%, US$ 112.153,26
Ethereum (ETH): – 0,01%, US$ 4.278,10
XRP (XRP): – 3,20%, US$ 2,81
BNB (BNB): – 0,66%, US$ 846,18
Solana (SOL): – 2,15%, US$ 179,98
Outros destaques do dia:
TRON (TRX): + 0,88%, US$ 0,3557
Principais notícias do mercado cripto
Com mais um veto ao Fed emitir dólar digital, EUA vão na contramão da corrida das CDBCs. O embate político em torno das moedas digitais emitidas por governos avança nos Estados Unidos. A Câmara dos Deputados americana voltou a incluir a proibição de desenvolvimento de uma moeda digital de banco central (CBDC) no país, dentro do projeto de lei que define os gastos com defesa para o próximo ano fiscal. A cláusula inserida impede o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de testar, desenvolver ou lançar uma CBDC sob qualquer formato. Apenas são permitidas moedas digitais que sejam abertas, privadas e garantam o mesmo nível de proteção de dados das moedas físicas. O Partido Republicano acredita que as CBDCs representam um risco de vigilância estatal. Em março, o próprio presidente Donald Trump já havia assinado um decreto barrando a criação de CBDC no país.
Taiwan denuncia 14 suspeitos por fraude cripto. Promotores de Taiwan denunciaram 14 pessoas acusadas de aplicar um golpe com criptomoedas que teria enganado mais de 1.500 vítimas e causado prejuízo de cerca de US$ 41 milhões. O grupo operava sob o nome da corretora BitShine, que passava como licenciada, mas na verdade escondia as atividades de uma empresa não autorizada, a Biying Technology. De acordo com a investigação, os acusados converteram os recursos das vítimas em USDT (tether) e enviaram o dinheiro para o exterior por meio de diversas camadas de transações, numa operação de lavagem que teria movimentado US$ 75 milhões entre 2024 e 2025. O suposto líder, identificado como Shih, pode pegar até 25 anos de prisão, enquanto outros envolvidos que colaboraram podem receber penas menores.