Por muito tempo, o bitcoin foi visto como o “rei” das criptomoedas, mas os dados mais recentes mostram que esse trono pode estar ameaçado. Pelo menos na América Latina. Uma pesquisa da Bitso revela que quem tem se destacado entre os criptoativos mais comprados na região são as stablecoins, criptomoedas atreladas a moeda de um país, como o dólar.
As stablecoins dominantes entre os países latino-americanos, a USDT e USDC, são como versões digitais do dólar: estáveis, previsíveis e fáceis de movimentar 24 horas por dia, sem precisar passar pelo sistema bancário. É como transformar seu celular numa carteira, que funciona em qualquer lugar.
Segundo o levantamento, as versões de dólar digitial responderam por 46% das compras na plataforma no primeiro semestre de 2025, uma escalada constante se compararmos aos 39% de 2024 e aos 30% de 2023. O destaque vai para o USDT, que quase dobrou de participação em um ano, igualando-se ao USDC.
A Argentina se sobressai nesse movimento. Lá, 85% das compras de criptomoedas foram de stablecoins de dólar. O motivo? Inflação alta, controles rígidos sobre o câmbio e um histórico de desconfiança na moeda local fizeram com que muitos argentinos adotassem os dólares digitais como uma forma simples e segura de proteger seu dinheiro. O USDT sozinho respondeu por 78% das transações no país, com o USDC alcançando uma fatia de 7% de todas as aquisições de criptomoedas no país no primeiro semestre.
Enquanto isso, o bitcoin vem sendo usado cada vez menos como moeda e mais como uma reserva de valor, um ativo guardado para o futuro. Isso ajuda a entender por que ele caiu de 22% para 15% nas compras do semestre. Quando o preço sobe muito, como aconteceu nos últimos meses, as pessoas tendem a segurar seus bitcoins em vez de gastar.
No Brasil, o bitcoin já é segundo criptoativo mais comprado, com 21% das transações. As stablecoins de dólar estão na ponta, com 35% das aquisições. No México, o destaque vai para o XRP, usado em transferências internacionais. Esse cenário mostra como os usuários da América Latina moldam suas escolhas de cripto conforme as necessidades locais, seja para se proteger da inflação, driblar burocracias ou simplesmente ter mais controle sobre o próprio dinheiro.
Desempenho das principais criptomoedas do mercado
O bitcoin segue em alta após atingir nova máxima histórica acima de US$ 124 mil nesta semana. Apesar da realização de lucros que trouxe o preço de volta para US$ 121 mil, o cenário macroeconômico, com dólar fraco e expectativa de corte de juros nos EUA, continua favorecendo os criptoativos.
Às 8h40, as principais criptomoedas operavam em alta; veja as cotações:
Bitcoin (BTC): + 0,18%, US$ 120.803.71
Ethereum (ETH): + 0,71%, US$ 4.704,09
XRP (XRP): – 1,92%, US$ 3,21
BNB (BNB): + 0,95%, US$ 860,57
Solana (SOL): + 0,99%, US$ 203,22
Outros destaques do dia:
TRON (TRX): +3,05%, US$ 0,3679
Principais notícias do mercado cripto
Alta do BTC impulsiona carteira da SpaceX. A SpaceX voltou a ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em bitcoin, graças à disparada recente da criptomoeda, que renovou sua máxima histórica na quarta-feira (13). A empresa de Elon Musk mantém 8.285 BTC desde 2022, sem novas compras desde então, segundo dados da Arkham. Apesar de estáveis em quantidade, os ativos voltaram a ultrapassar o bilhão de dólares em valor, impulsionados pela expectativa de corte de juros nos EUA. Em 2021, a SpaceX chegou a ter cerca de 28 mil bitcoins, mas cortou 70% da posição após os colapsos da Terra-Luna, stablecoin que perdeu sua paridade com o dólar, e da FTX, corretora que faliu em meio a um escândalo de fraude.
Coinbase reduz taxas para atrair usuários de USDC à sua rede Base. Em parceria com a plataforma Mercuryo, a Coinbase anunciou um corte de até 50% nas taxas para quem mover USDC, stablecoin pareada ao dólar, para a rede Base, uma rede de segunda camada da Ethereum, criada para tornar as transações mais rápidas e baratas. A novidade vale para usuários da carteira MetaMask e acontece em meio a uma ofensiva por maior adoção do USDC, que já é a segunda maior stablecoin de dólar do mercado. A medida também acompanha o anúncio recente da Circle (emissora do USDC), que pretende lançar uma versão nativa da moeda em blockchain de primeira camada, usando o próprio USDC como combustível para transações.