Os dois universos financeiros estão cada vez mais próximos: o tradicional e o mundo cripto seguem cada vez mais se integrando, inclusive no Brasil. A VERT Capital, uma das maiores securitizadoras do país, planeja “tokenizar” até US$ 1 bilhão, cerca de R$ 5,6 bilhões, em ativos nos próximos 30 meses. A operação vai transformar produtos de investimentos como dívidas corporativas, recebíveis do agronegócio e outros instrumentos financeiros em tokens com rastreabilidade “on-chain” — ou seja, com histórico público e verificável de transações gravado em uma rede blockchain.
Para isso, firmou uma parceria com a blockchain pública XDC Network. Segundo a VERT, a tokenização, ou seja, a transformação dos ativos em versões digitais, será feita com base em uma carteira própria já estruturada de emissões. A empresa já atua com conglomerados como Santander, Cargill e Raízen, que agora poderão migrar parte desses processos para a blockchain, com expectativa de ganho operacional e potencial liquidez global. A infraestrutura XDC Network, é compatível com o Ethereum e voltada a aplicações financeiras.
A operação também sinaliza o avanço da tokenização como uma frente promissora no mercado global. O processo, que transforma ativos do mundo real em representações digitais negociáveis, tem ganhado adesão entre bancos, gestoras e instituições em busca de maior eficiência e novos canais de captação.
Desempenho das principais criptomoedas do mercado
As criptomoedas iniciam agosto em queda, pressionadas por realizações de lucro e incertezas sobre as tarifas comerciais dos EUA. O bitcoin caiu abaixo dos US$ 118 mil, patamar onde vinha se mantendo nos últimos dias, e agora é negociado a US$ 115 mil. Altcoins como Ethereum, Solana e XRP também recuam com força.
Às 8h40 da manhã, as principais criptomoedas operavam em queda:
Bitcoin (BTC): – 2,76%, US$ 115.099,14
Ethereum (ETH): – 5,58%, US$ 3.624,59
XRP (XRP): – 6,62%, US$ 2,94
BNB (BNB): – 4,25%, US$ 767,63
Solana (SOL): + 7,17%, US$ 167,95
Principais notícias do mercado cripto
Tether bate recorde de lucro e amplia domínio com USDT. A Tether, emissora do USDT — a maior stablecoin do mercado, atrelada ao dólar — registrou um lucro líquido recorde de US$ 4,9 bilhões (R$ 27,3 bilhões) no segundo trimestre de 2025. O resultado reflete a crescente demanda por ativos digitais estáveis, usados principalmente como meio de pagamento, proteção contra volatilidade e porta de entrada para o mercado cripto.
No período, mais de US$ 13,4 bilhões em USDT foram emitidos, elevando o fornecimento total da stablecoin para US$ 157 bilhões. Com isso, a Tether ampliou sua exposição aos títulos do Tesouro dos EUA para mais de US$ 127 bilhões, tornando-se uma das maiores detentoras de dívida americana no mundo, movimento que reforça o papel estratégico das stablecoins na interseção entre finanças tradicionais e criptoativos.
Coinbase amplia reserva em BTC e mira novos mercados. A Coinbase voltou ao top 10 de empresas listadas com maior volume de bitcoin em caixa após adquirir mais 2.509 BTC no segundo trimestre, elevando seu total para 11.776 unidades da criptomoeda. A movimentação ocorre em um momento de queda nos volumes de negociação e na receita da corretora, que também anunciou planos de expandir sua atuação para além das criptomoedas. A empresa pretende oferecer ações tokenizadas, relatórios de análise e vendas de novos tokens, marcando um passo em direção a uma plataforma mais ampla de negociação de ativos digitais. A estratégia reforça o esforço de diversificação da Coinbase diante das pressões operacionais do setor e sinaliza um possível caminho para outras empresas cripto em busca de novas fontes de receita.