Negócios
Ação da Copel sobe após privatização da estatal paranaense
Papéis começaram a ser negociados na B3 nesta quinta-feira (10).
As ações da Copel (COPL6) estavam em alta nesta quinta-feira (10) após o início das negociações dos papéis na B3, bolsa de valores brasileira, com a privatização da companhia elétrica paranaense.
Às 16h, as ações subiam 0,81% e eram negociadas a R$ 8,75. A ação fechou o dia anterior a R$ 8,71 e a máxima desta quinta-feira foi de R$ 8,81.
Na última terça-feira (8), a Copel movimentou R$ 4,53 bilhões na oferta de ações para privatização da companhia e precificou cada papel em R$ 8,25 com a negociação de um lote de 549 milhões de ações primárias e secundárias.
Com o “follow on” ou oferta pública subsequente de ações que dilui a participação do estado do Paraná no capital da companhia, a Copel passa a ser uma corporação.
Também foi oferecido um lote suplementar equivalente a até 15% das ações ofertadas, que poderá ser exercido pelos agentes até 7 de setembro. Se exercido, o valor total da operação pode chegar a R$ 5,2 bilhões.
A oferta foi conduzida pelos bancos BTG Pactual, Itaú BBA, Bradesco BBI, Morgan Stanley e UBS BB.
Boas perspectivas
Especialistas ouvidos pelo InvestNews veem boas perspectivas para a empresa e valorização das ações após a privatização.
“Isso vai gerar alguns benefícios para o governo. Provavelmente, vamos observar uma recuperação da capacidade de investimento da Copel pelos entes privados que vão entrar na empresa. Isso aumenta a eficiência operacional e eficiência da estrutura de capital e projetos. O resultado disso é uma rentabilidade maior e margem Ebitda maior.”
HUGO QUEIROZ, SÓCIO DA L4 CAPITAL.
Segundo o analista, a melhora na rentabilidade e margem operacional deve gerar mais fluxo de caixa e dividendos, podendo levar a uma reprecificação da ação, que deve atingir o mesmo patamar da Equatorial (EQTL3) e CPFL (CPFE3), que são negociadas em cerca de 2,5 vezes o valor patrimonial, ou mesmo da Engie (EGIE3), que possui o patrimônio 4 vezes superior.
André Fernandes, head de Renda Variável e sócio da A7 Capital, também acredita que as perspectivas para a empresa são boas.
“Com a empresa privatizada, isso melhora a imagem e consequentemente haverá uma melhora na governança corporativa, uma tendência nas empresas privadas. A demanda de grandes fundos nessa oferta também é um ponto positivo, visto que visam o longo prazo, e já vem sendo refletido positivamente nas ações da empresa.”
ANDRE FERNANDES, HEAD DE RENDA VARIÁVEL E SÓCIO DA A7 CAPITAL
Fernandes destaca que a Copel aproveitou para emitir mais ações para reforçar seu caixa frente aos investimentos nos projetos futuros da empresa, que também é “um bom sinal”.
O professor da FIA Business School Celso Grisi acrescenta que, embora o governo paranaense mantenha 15,6% do capital social, a privatização atraiu investidores nacionais e estrangeiros.
“As perspectivas para o valor dessas ações são muito positivas, pois embora não se tenha um controlador definido é de se esperar uma efetividade maior de sua gestão sobre o ponto de vista operacional e estratégico, com aumento de margens, e a garantia de novos aportes para o aumento da qualidade dos serviços prestados.”
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