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Após novo prejuízo, Magalu diz que é hora de monetizar ativos da fintech
Ação da varejista chegou a recuar 5% após divulgação de resultados do segundo trimestre na véspera.
Após registrar novo prejuízo, a rede varejista Magazine Luiza (MGLU3) informou que pretende constituir uma financeira para comportar os ativos de crédito de sua fintech, adquirida em 2020. A declaração foi dada pelo CEO da Fintech Magalu, Carlos Mauad, em teleconferência sobre os resultados financeiros do segundo trimestre, na manhã desta terça-feira (15).
De acordo com Mauad, o objetivo também é construir escala sobre o trabalho desenvolvido nos últimos três meses e oferecer instrumentos financeiros como CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) ligados à financeira.
O executivo declarou que a fintech encontra-se em um momento de rentabilizar seus ativos de crédito ligados a contas digitais e tokenização de pagamentos para criar aceleração. Em março, a fintech firmou parceria com o Mercado Bitcoin para oferecer compra e venda de criptomoedas em seu app.
Em 2020, o Magazine Luiza adquiriu a fintech de pagamentos Hub Prepaid, hoje Fintech Magalu, por R$ 290 milhões e então com 4 milhões de contas, ampliando a oferta de produtos financeiros para clientes de sua plataforma. A fintech oferece produtos financeiros via conta digital, além de cartões pré-pagos e outros ativos.
Prejuízo do 2º tri e ganho de market share
A rede de varejo informou na véspera um prejuízo líquido ajustado de R$ 198,8 milhões no segundo trimestre – alta de 77,3% na comparação com mesmo período do ano passado. É o segundo pior resultado da companhia desde o IPO. O maior prejuízo foi no 1º trimestre de 2023, segundo dados do TradeMap.
Por volta de 10h45, as ações MGLU3 recuavam mais de 5%.
Em teleconferência nesta terça, o CEO da companhia, Fred Trajano, destacou que a varejista tem perspectivas positivas para os próximos trimestres frente ao ciclo de corte de juros, que guarda forte correlação com o desempenho operacional do varejo.
“Acreditamos que com a redução dos juros que deve durar vários trimestre, vai haver um impacto super positivo não só nos resultados [da companhia], mas também no volume de lojas”.
FRED TRAJANO, CEO DO MAGALU, EM TELECONFERÊNCIA.
Trajano também apontou o ganho de market share da companhia no segundo trimestre, tanto no online (7%) quanto nas lojas físicas (1 ponto percentual) e ressaltou que o foco da companhia, o marketplace (3P), apresentou crescimento de 4,2% no período, representando 70% das compras da base de clientes.
Taxação de importados quase não afeta Magalu, diz CEO
Sobre mudanças na regulação do comércio eletrônico do cross border (entre países), o CEO do Magalu destacou que a empresa está blindada das mudanças, uma vez que apenas 3% das vendas brutas totais (GMV) estariam suscetíveis às novas regras de taxação para compras de até US$ 50 em importados.
Segundo declarou Trajano, não faz sentido a realidade de estrangeiros terem vantagem competitiva – referindo às regras anteriores que permitiam a concorrentes estrangeiras terem isenção ao importar mercadorias para o e-commerce.
No começo do mês, entrou em vigor o plano de Remessa Conforme, que prevê adesão voluntária de varejistas, incluindo as asiáticas Shein, Shopee e Aliexpress, para cobrarem tributos de forma antecipada na hora da compra. Antes, essa cobrança ocorria quando a mercadoria chegava ao país.
Em troca, as varejistas terão isenção do imposto de importação, que é federal e tem alíquota de 60% nas compras até US$ 50 (cerca de R$ 240) para pessoas físicas. O benefício não se estenderá ao ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), que é estadual e terá alíquota padrão de 17%.
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