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Após SP-Los Angeles, Delta e Latam preparam rota de RJ a Nova York e Atlanta

Voos fazem parte dos destinos lançados pela da joint venture entre as companhias.

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Após inaugurar a primeira rota entre São Paulo e Los Angeles, as companhias Latam e Delta já se preparam para os próximos destinos em parceria, em uma joint venture estratégica para as duas empresas que buscam elevar opções para os consumidores num momento em que o setor continua dando sinais de retomada. As companhias devem lançar nos próximos anos rotas sazonais entre Galeão e outros locais norte-americanos: Nova York e Atlanta. 

O primeiro voo direto de Guarulhos (SP) com destino a Los Angeles operado pelas duas companhias em parceria aconteceu nesta quarta-feira (2). Já os voos entre Galeão (RJ) e Atlanta e Nova York (aeroporto JFK) devem operar de dezembro desde ano a março de 2024. 

Avião da Latam (Foto: Divulgação)

Foi o que disse ao InvestNews o gerente de vendas Brasil da Delta Air Lines, Danillo Barbizan, acrescentando que, apesar de serem voos sazonais, para a empresa norte-americana passar a operar no Galeão é um marco. “Hoje a gente só opera em Guarulhos”. 

A parceria entre as empresas deve lançar mais voos entre outros locais, não incluindo apenas o Brasil. Entre as próximas rotas operadas pela joint venture estão voos de Medellín (Colômbia) para Miami (EUA) e de Atlanta (EUA) para Cartagena (Colômbia). 

Há ainda uma rota estratégica para as empresas, de Lima (Peru) para Atlanta (EUA), que deve começar a operar a partir de outubro de 2023. O novo voo inclui, assim, os centros de conexões das duas companhias (Atlanta é o hub da Delta e Lima, um dos hubs da Latam). 

“É uma conexão muito importante entre dois grandes hubs”, diz Aline Mafra, diretora de vendas e marketing da Latam Brasil. “Quando você traz um avião da Latam pousando no hub principal da Delta, acho que é uma mensagem que fala o que a JV veio trazer”, complementa Barbizan.

A estratégia do voo Guarulhos-Los Angeles

Barbizan conta que “a Delta já há algum tempo vinha perseguindo Los Angeles.” Há cerca de 4 anos, a empresa começou uma empreitada para ser a primeira companhia no local, investindo cerca de US$ 3 bilhões no aeroporto “num terminal super moderno, o que ajuda a fazer uma pressão de colocar mais voos lá”. 

Antes da parceria com a Latam, a tentou operar voo do Brasil para Los Angeles – sem sucesso até então. “A gente teve uma experiência de voar em 2009 e 2010 do Brasil direto para Los Angeles. A gente não conseguiu parar de pé esse voo porque faltava capilaridade nos dois pontos de venda. Faltava toda essa alimentação que a Latam faz até Guarulhos.”

Funcionários do 1º voo da Latam de Guarulhos para Los Angeles (Foto: Victor Takayama/ Divulgação/Latam)

Já para a Latam, a escolha de Los Angeles veio após uma análise de dados mostrando que havia demanda de brasileiros para o local, mas a companhia tinha dificuldades em marcar presença na Costa Oeste dos Estados Unidos até então. 

“A gente lançar isso ou estar na Costa Oeste não era tão simples. É o 4º destino nos EUA para os brasileiros. A gente teve a coragem de falar ‘agora vamos’ quando a gente fez a joint venture”, diz Mafra.

“Porque era uma segurança adicional saber que a gente ia poder contar com toda a alimentação doméstica do Brasil e toda a distribuição dentro dos EUA que a Delta poderia promover.”

Planos ambiciosos

Os executivos afirmam que a parceria elevou consideravelmente o número de passageiros para as duas companhias. A ideia é aumentar a disponibilidade de destinos para os clientes e, ao mesmo, tempo unir serviços como programas de fidelidade e impactar a experiência do cliente. 

“As concorrentes não têm a mínima chance de chegar nem próximo disso.”

gerente de vendas Brasil da Delta Air Lines, Danillo Barbizan

“A grandiosidade de poder colocar passageiro com bilhetes da Delta no voo da Latam e passageiros Latam no voo Delta, isso amplifica muito as nossas oportunidades de oferta de assentos e rotas”, diz Barbizan.

O executivo diz que, para a Delta, é “uma bomba ter a parceria com a Latam”, devido ao volume de passageiros adicionados à operação da empresa. Isso, segundo ele, está levando a resultados acima das expectativas anteriores. 

Terminal C da Delta Airlines no Aeroporto LaGuardia, em Nova York 01/06/2022 REUTERS/Mike Segar

“A gente volta (após a pandemia) com realmente uma JV instaurada e colocando muito passageiro entre os dois lados. Então, para a gente está sendo muito legal essa retomada, de muito valor”, diz ele. 

A fala vai em linha com declarações recentes do presidente-executivo da Delta Air Lines, Ed Bastian, que afirmou que o mercado vive um boom da demanda por viagens em um “fenômeno de vários anos”. 

A declaração foi feita em julho em entrevista à agência Reuters, horas depois que a companhia elevou sua perspectiva de lucro anual pela segunda vez em menos de um mês. A Delta registrou no 2º trimestre os maiores ganhos trimestrais de sua história, com resultado operacional recorde de US$ 2,5 bilhões. 

A Latam também comemora bons resultados. A empresa teve lucro líquido de US$ 145,25 milhões no segundo trimestre, com os executivos da companhia esperando um resultado recorde em 2023 após os resultados mais fortes.

Perspectivas

Nesse cenário, Aline Mafra comenta o retorno mais rápido que o esperado da demanda por voos após a pandemia, embora as viagens corporativas ainda não tenham retomado o patamar anterior. 

“O turismo se recuperou mais rápido que o corporativo”, diz ela, apontando que a demanda por viagens de lazer está inclusive acima do patamar pré-pandemia, enquanto o segmento corporativo da Latam está perto da casa dos 90% – o que representa, de qualquer forma, uma retomada mais rápida que o esperado. “O corporativo sempre é uma demanda muito importante e os produtos são muito desenhados para ele também.”

Aline Mafra, diretora de vendas e marketing da Latam Brasil (Foto: Divulgação Latam)

Mafra conta que, em meio a esse movimento de retorno da demanda, outro fator foi determinante para a estratégia dos negócios (incluindo a estreia da parceria entre Latam e Delta com o voo de São Paulo para Los Angeles): o câmbio. Segundo ela, a desvalorização do dólar foi o que “mexeu o ponteiro” em diversos aspectos. 

“Era o que faltava. Porque, quando a gente escolheu Los Angeles porque geograficamente era o destino que fazia sentido, era o que o brasileiro queria, a gente ainda tinha fatores que poderiam ser negativos. Agora, a gente fica mais seguro e muito mais otimista, porque a gente junta o desejo do brasileiro com uma conjuntura econômica e operacional (falando dos riscos) muito mais favorável.”

Aline Mafra, diretora de vendas e marketing da Latam Brasil

Para a Delta, as operações entre Brasil e Estados Unidos também mostram um cenário promissor, segundo Barbizan. “A gente já quase belisca a mesma coisa que em 2019 em termos de passageiros voados. Em receita a gente já está melhor porque o ticket médio subiu um pouco mais.”

gerente de vendas Brasil da Delta Air Lines, Danillo Barbizan (Foto: Divulgação/Delta)

O acordo estratégico entre as companhias une os mais de 120 destinos sul-americanos atendidos pelo grupo Latam aos mais de 200 destinos norte-americanos atendidos pela Delta. Desde a implementação de sua joint venture, em outubro de 2022, as empresas aumentaram sua capacidade em 75%.  As aéreas já compartilham terminais em aeroportos como Nova York, Boston, Orlando, São Paulo/Guarulhos, Lima, Bogotá e Santiago.

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