Com endividamento elevado e necessidade de um aumento de capital (ou desinvestimentos), a rede Oncoclínicas despertou interesse do fundo de reestruturação Starboard. Segundo apurou o InvestNews, a Starboard realizou uma oferta não vinculante por parte da companhia, maior grupo especializado em tratamentos oncológicos do país.
Fontes com trânsito no conselho da empresa, no entanto, rechaçaram a oferta, considerando a proposta muito baixa. Hoje, a Oncoclínicas é avaliada em R$ 3,1 bilhões.
A Starboard, de acordo com essa fonte, agendou uma reunião com executivos do Santander, instituição financeira parceira da Oncoclínicas, para entender a situação da companhia e avaliar uma nova investida. Procurada, a Starboard não confirmou oficialmente as informações.
Com alavancagem avaliada em 4,4 vezes, a Oncoclínicas vê duas possibilidades para levantar dinheiro. A probabilidade maior é que haja um aumento de capital semelhante ao realizado pelo grupo Casas Bahia. A ideia seria converter títulos de dívidas em ações. Esse aumento de capital não deve ser acompanhado pelo acionista majoritário, o Goldman Sachs, que detém cerca de 36% da companhia, nem por Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, com 15,18% das ações.
A ideia é que os debenturistas que aceitarem a conversão em equity possam ganhar bônus de subscrição por ação. “Além de ganhar o bônus de subscrição, o debenturista que aceitar poderá exercer em até 3 anos com o preço travado”, afirma uma fonte por dentro das negociações. Caso a proposta seja bem-sucedida, Goldman Sachs e Vorcaro terão suas fatias na companhia reduzidas.
Recentemente, a empresa anunciou a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária para 9 de setembro onde o modelo que será usado para o aumento de capital será decidido.
A outra ideia estudada é a venda de ativos. Com a injeção de capital pelo IPO da companhia em 2021, a Oncoclínicas expandiu seu portfólio comprando diversos ativos considerados não estratégicos. Hoje, a rede estuda se desfazer de tudo que não faz parte de seu core business, voltado ao tratamento de câncer. “O maior erro da Oncoclínicas foi ter investido fortemente na compra de hospitais gerais para concorrer com Rede D’Or e Mater Dei”, avaliou uma fonte.