Negócios
Atrasos em aviões da Boeing fazem Gol cortar previsões para o ano
Companhia aérea prevê que o lucro por ação será zero este ano, ante estimativa anterior de R$ 0,30.
A companhia aérea Gol (GOLL4) reduziu nesta segunda-feira (6) suas perspectivas para 2023, após divulgar prejuízo líquido de terceiro trimestre, dizendo que agora prevê que o lucro por ação será zero este ano, ante estimativa anterior de R$ 0,30.
A empresa reduziu também a projeção de margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de cerca de 25% para aproximadamente 24% em 2023, cortando o investimento previsto em aquisição de aeronaves de R$ 500 milhões para R$ 100 milhões no ano.
No balanço, a companhia afirmou que reduziu seu crescimento para 2023 em função de atrasos na entrega de novas aeronaves Boeing 737-MAX 8, em meio à dificuldades da fabricante norte-americana.
Nos três meses encerrados em setembro, a Gol teve prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão, menor do que o prejuízo de R$ 1,55 bilhão registrado há um ano, mas voltando ao vermelho depois de lucro líquido inesperado no segundo trimestre.
O Ebitda recorrente no terceiro trimestre foi de R$ 1,25 bilhão, salto de 79,8% na comparação com um ano antes.
No período, o indicador de preços de passagens, yield, subiu 4,5%, a 46,99 centavos de real, enquanto o custo sem incluir combustível (Cask) subiu 6,1%. Incluindo combustível na conta, houve queda de 8% no custo do terceiro trimestre na comparação anual.
A empresa reduziu sua alavancagem no período, com a relação dívida líquida sobre Ebitda passando de 5 para 4 vezes. No final de 2022, a relação de endividamento da Gol era de 9,5 vezes.
A redução do endividamento ocorreu apoiada na operação de conversão de títulos de dívida no final do trimestre. A Gol terminou setembro com caixa total de R$ 993,7 milhões, crescimento de quase 70% sobre um ano antes.
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