A B Capital, empresa de venture capital de Eduardo Saverin, está entre as seis gestoras de investimentos que planejam abrir escritórios em Doha, à medida que o Catar intensifica seus esforços para alcançar países vizinhos que já atraíram grandes empresas financeiras globais.
O Qatar Investment Authority (QIA) investirá na B Capital — fundada pelo cofundador do Facebook Eduardo Saverin e pelo ex-investidor da Bain Capital Raj Ganguly — por meio de seu programa de fundos de fundos, segundo um comunicado. A gestora, focada em tecnologia, administra mais de US$ 7 bilhões em ativos e já investiu em startups como a DataRobot, especializada em aprendizado de máquina, a corretora de criptomoedas FalconX e a desenvolvedora de software de análise de clientes Pendo.
A Deerfield Management, uma empresa de investimentos focada no setor de saúde com cerca de US$ 15 bilhões em ativos, também receberá financiamento do QIA. No ano passado, o fundo soberano lançou um programa de US$ 1 bilhão para desenvolver o ecossistema de venture capital no país e apoiar startups locais. Ainda não foram divulgados detalhes sobre o tamanho do investimento na Deerfield.
O fundo já investiu em outras quatro empresas, incluindo a Utopia Capital Management, sediada em Londres, como parte dessa iniciativa. Todas elas abrirão escritórios ou estabelecerão suas sedes regionais no Catar.
Os países vizinhos do Catar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, também têm usado investimentos de seus fundos soberanos para atrair empresas globais para seus centros financeiros.
Nos últimos anos, diversos fundos de hedge de renome abriram escritórios em Abu Dhabi e Dubai, transformando os Emirados Árabes Unidos em um polo emergente para o setor. Da mesma forma, a Arábia Saudita atraiu sedes regionais de várias empresas de Wall Street após implementar políticas que tornaram essa presença obrigatória para determinados contratos governamentais.
Além do Catar, o Kuwait também começou a atrair empresas estrangeiras. A BlackRock está avaliando a possibilidade de abrir um escritório no país, segundo informações da Bloomberg News.
O Qatar Investment Authority, que administra US$ 510 bilhões, deve crescer significativamente nos próximos anos, impulsionado pela expansão da produção de gás do país. Seu novo CEO, Mohammed Al Sowaidi, tem vasta experiência nos Estados Unidos, o que pode ajudar o fundo a navegar pelos desafios da presidência de Donald Trump.
Nos últimos cinco anos, o QIA aumentou seus investimentos nos EUA, em parte para reequilibrar seu portfólio e reduzir a exposição à Europa. O fundo já alocou recursos em setores como tecnologia e saúde e planeja expandir ainda mais seus investimentos na Ásia e nos EUA, com foco em áreas como digitalização e infraestrutura.