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Com preços altos e apetite menor por viagens, Airbnb sofre tombo recorde
Papel chegou a cair 14% em Nova York esta semana, maior recuo desde IPO, em dezembro de 2020.
As ações da Airbnb (AIRB34) sofreram uma queda recorde esta semana, depois que a empresa de aluguel de imóveis para férias sinalizou que preços altos e incerteza econômica começam a pesar no apetite do consumidor por viagens.
O papel chegou a cair 14% em Nova York esta semana, o maior tombo desde que a empresa abriu capital em dezembro de 2020.
A plataforma de compartilhamento de moradia, com sede em São Francisco, espera receita de US$ 2,35 bilhões a US$ 2,45 bilhões no segundo trimestre, um aumento de 12% a 16% em relação ao ano anterior e o ritmo de crescimento mais lento até agora.
Analistas projetavam US$ 2,4 bilhões, segundo enquete da Bloomberg. Airbnb disse que espera Ebitda, semelhante ao do segundo trimestre do ano passado.
O Airbnb se beneficiou nos últimos anos de mudanças no trabalho e no estilo de vida devido à pandemia. Mas a euforia pós-Covid para viajar está perdendo força e alguns consumidores estão contendo gastos com lazer em meio a uma inflação persistente e uma economia instável.
O Airbnb disse que o número de noites e experiências reservadas no trimestre atual deve parecer desfavorável em comparação com o ano anterior, quando houve um aumento na demanda após o surto da variante ômicron.
Como isso, a empresa espera que o crescimento ano a ano em noites e experiências reservadas aumente em um ritmo mais lento no segundo trimestre do que a receita.
Previsão ruim após trimestre forte
A previsão segue um trimestre que quebrou recordes em várias frentes. A receita nos três primeiros meses do ano aumentou 20%, para US$ 1,82 bilhão, a maior da história do Airbnb para o período. O Ebitda, de US$ 262 milhões, também foi o mais alto registrado em um primeiro trimestre.
Empresas aéreas e hotéis têm aumentado preços, uma vez que os consumidores até agora têm mostrado disposição de pagar. Os gastos com consumo pessoal dos americanos subiram 3,7% nos três primeiros meses deste ano, a maior alta em quase dois anos.
Menor apetite por viagens
Mas as pessoas podem estar começando colocar limites. Quebras de bancos, inflação, juros altos e um mercado de trabalho mais fraco, especialmente em setores de alta renda, como tecnologia, podem fazer com que os turistas comecem a reduzir gastos.
A Airbnb disse que no primeiro trimestre as diárias médias foram de US$ 168, aproximadamente o mesmo nível “elevado sustentado” de um ano atrás. Mas a plataforma vê taxas diárias “ligeiramente mais baixas” no segundo trimestre, em parte devido às novas ferramentas de preços de hospedagem introduzidas na semana passada e à mudança para mais aluguéis urbanos.
O CEO Brian Chesky disse em entrevista na semana passada que a forte demanda que ele espera para este verão, que começa em junho no hemisfério norte, poderia ser ainda melhor se não fosse a incerteza econômica. A tarifas aéreas ainda estão caras, disse, e “quando o custo dos voos aumenta, isso afeta nosso negócio”.
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