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Copel eleva expectativa por privatização de outras estatais estaduais da bolsa

Elétrica paranaense abre caminho para privatização entre estatais estaduais; Sabesp deve ser a próxima, enquanto outras correm por fora.

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A privatização da Copel (CPLE6) após a bem-sucedida oferta de ações alimenta expectativas no mercado financeiro de que a operação envolvendo a elétrica paranaense abriu caminho para outras estatais estaduais. Na linha de frente, Sabesp (SBSP3) desponta como a próxima a ser desestatizada, deixando Sanepar (SAPR11), Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) para trás. 

Torres de transmissão de energia no Brasil. REUTERS/Paulo Whitaker (BRAZIL – Tags: ENERGY)

O analista Rafael Passos, da Ajax Asset, explica que as empresas de saneamento básico têm um diferencial em relação à Copel, que é o marco legal recentemente modificado. “Esse novo marco regulatório é relevante porque definiu a universalização do saneamento básico no Brasil até 2033”, lembra.

Ou seja, nos próximos dez anos, o país terá de garantir à população a prestação dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto. Por isso, a expectativa é de que governos estaduais acelerem os passos necessários para cumprir essa meta. Um dos caminhos mais viáveis é a privatização das empresas do setor.  

Diferentemente da Eletrobras (ELET3), em que a oferta foi majoritariamente primária, as próximas operações na bolsa brasileira devem ocorrer como follow on, com os governos estaduais reduzindo sua participação. “Ao tirar esse espaço do governo, reduz-se a interferência na gestão da empresa e foca em questões técnicas e estratégicas”, diz Passos.

Privatização e eficiência

Afinal, por que considerado tão positivo privatizar essas companhias? Para especialistas, o termo-chave é: ganho de eficiência. Isso envolve posicionamento da empresa em relação a investimentos e custos, o que implica, em última instância, no retorno ao acionista através de dividendos.

O analista da Ajax lembra que as empresas estatais, de modo geral, têm processos burocráticos, como uma série de licitações para qualquer prestação de serviço, o que dificulta “destravar valor”. No fim das contas, é isso o que o mercado enxerga.

“Com esses processos burocráticos, há muita perda de agilidade, de eficácia nas estatais. Então, quando ocorre uma privatização das estatais, há um ganho desse lado de passivos, deixando a empresa mais ágil para fornecer o serviço”

analista Rafael Passos, da Ajax Asset

No entanto, o processo de privatização também possui várias etapas. No caso da Copel, o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, lembra que a empresa passou por uma reestruturação desde 2019, com importantes avanços em termos de governança. 

“Houve um excelente trabalho regulatório na empresa, que foi se aproximando de pares privatizados ao longo desses últimos anos”, ressalta. Arbetman lembra que a Sabesp também já está bem adiantada nesse processo e, por isso, tende a ser uma das próximas.

As próximas na fila

A companhia paulista de saneamento dividiu o cronograma em três fases, sendo que uma já passou, que foi a definição do modelo. “Foi chamado de fase zero”, conta o analista da Ativa. Segundo ele, agora é a parte crucial, que é a de definir o valuation da companhia.

A negociação é feita com cerca de 500 municípios, que são atendidos pela Sabesp, no prazo máximo de seis meses. “Então, possivelmente deve haver uma resposta sobre essa fase no começo do ano que vem, até junho”, prevê Arbetman. 

Máquina da Sabesp trabalha ao lado de bombas da hidrelétrica Jaguari durante estiagem em Bragança Paulista 12/02/2015 REUTERS/Paulo Whitaker

Daí, então, tem início a execução da privatização em si, o que pode ocorrer antes de outubro de 2024, quando acontecem as eleições municipais.

“Então, se der tudo certo, a privatização da Sabesp pode sair em agosto, setembro do ano que vem”

Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos

A mesma rapidez não se vê entre outras empresas do setor. A companhia de saneamento do Paraná (Sanepar), por exemplo, diferentemente da Sabesp – e até da Copel – não tem um plano por parte do governo estadual em prosseguir com a privatização. Ao contrário, a empresa firmou há cerca de um mês a primeira parceria público-privada

Já em relação às empresas mineiras, o cronograma envolve mais processos administrativos. Isso porque existe uma lei específica no estado de Minas Gerais que prevê a aprovação da desestatização por maioria da Assembleia Legislativa, além de um plebiscito público.

Esses trâmites colocam Cemig e Copasa “no mesmo pote”, dificultando ambas as privatizações. “Existe uma intenção do governo de Minas em avançar com esse plano, mas elas estão um pouquinho mais para trás”, avalia o analista da Ativa. 

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