O grupo CSN está em fase final de contratação de assessores financeiros para estruturar a venda de participações em seu portfólio de ativos de logística, avaliado em R$ 25 bilhões. A iniciativa é a principal estratégia da companhia para acelerar seu processo de desalavancagem financeira.
“A nossa maior prioridade é a questão da desalavancagem, que será feita de forma inteligente e racional, mas no menor tempo possível”, afirmou o presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, em conferência com analistas nesta sexta-feira. “Estamos nos ajustes finais para escolher os assessores”, complementou.
O plano, sinalizado pela empresa há anos, contempla a venda de uma fatia entre 20% e 40% em cinco ativos estratégicos, que incluem a ferrovia Transnordestina e terminais portuários. Segundo o diretor executivo, Marco Rabello, a expectativa é apresentar uma “sinalização mais formal sobre a venda ao final deste ano”. Rabello detalhou que, do valor total, aproximadamente R$ 8 bilhões correspondem aos ativos localizados na região Sudeste.
A meta da companhia é reduzir sua alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, para um patamar abaixo de três vezes até o final de 2025. Ao final de junho, o indicador era de 3,24 vezes.
Em outros destaques, questionado sobre a recente venda de um lote de ações da Usiminas, Rabello classificou a operação como um “passo importante” para cumprir a determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a redução de sua participação na empresa rival. Contudo, não especificou prazos para a conclusão total do desinvestimento, um processo que se estende desde 2014.
A CSN também projeta que os custos de produção de aço apresentarão queda no segundo semestre, impulsionados pela melhora operacional do alto-forno 3 da usina de Volta Redonda. A empresa espera ainda que o investimento para este ano se situe no piso da faixa prevista, entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões.
Na frente comercial, o diretor Luis Fernando Martinez anunciou um reajuste entre 8% e 10% nos preços de aços longos nas próximas semanas. Para aços planos, com o prêmio atual entre 5% e 10%, a companhia avalia a possibilidade de uma “recuperação de preços no terceiro trimestre”.
Melhora de resultado
A CSN (CSNA3) reduziu seu prejuízo líquido em 41,7% no segundo trimestre, para R$ 130,4 milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta quinta-feira. Entre os fatores que contribuíram para o resultado, a empresa citou efeitos positivos da reversão de contingências e das operações com hedge de minério.
O prejuízo também veio abaixo do esperado por analistas, que projetavam R$ 139,3 milhões, segundo a média das estimativas compiladas pela LSEG.