A transação foi estruturada em duas etapas. A primeira, já concluída, envolve a maior parte das ações transferidas. A segunda, correspondente a cerca de 2% do capital, ainda depende do cumprimento de condições precedentes previstas nos acordos. Com a operação, a CSN Mineração passa a deter 29,91% da MRS, enquanto a participação direta da CSN cai para 7,59%.
Pelo preço implícito da transação, a MRS foi avaliada em cerca de R$ 30 bilhões, o que levaria a participação total originalmente detida pela CSN a algo próximo de R$ 5,6 bilhões.
Como mostrou o InvestNews em novembro, a venda confirma o movimento que a CSN havia sinalizado ao mercado no mês passado, quando informou de forma genérica que negociava a alienação de uma participação na MRS, sem divulgar percentuais ou valores.
A operação ocorre em um momento em que a CSN Mineração apresenta uma situação financeira mais robusta do que a da holding. Com mais caixa e menor pressão de endividamento, a subsidiária acabou funcionando como fonte de liquidez para a controladora, que busca reforçar o caixa e reduzir alavancagem.
Do ponto de vista estratégico, o negócio também concentra a participação logística na CSN Mineração, que depende da MRS para escoar o minério produzido no Complexo Casa de Pedra, em Congonhas (MG), até o terminal portuário de Itaguaí (RJ).
A movimentação se insere ainda no plano mais amplo do grupo de criar a CSN Infraestrutura, nova empresa que reunirá ativos logísticos como a participação na MRS, terminais portuários e estruturas ferroviárias e rodoviárias, com potencial de monetização nos próximos anos.
A MRS opera cerca de 1,7 mil quilômetros de linhas ferroviárias entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo e é considerada um dos principais corredores logísticos do país para o transporte de minério, carvão e produtos siderúrgicos. Além da CSN Mineração, a ferrovia tem como acionistas grupos como Vale, Usiminas e Gerdau.
