Negócios
Energia solar pode ser tão acessível como Wi-Fi
Investimento em energia sustentável tem aumentado consideravelmente nos últimos anos.
Segundo Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, a energia solar será tão acessível quanto Wi-Fi. Essa previsão é para daqui 30 anos, mas não deixa de representar um avanço ambiental e econômico.
A preocupação com as questões climáticas está cada vez mais em pauta nos negócios, entre CEOs e investidores. Mas a escolha por energias limpas não traz benefícios só para esse nicho, e sim para toda a sociedade. A energia solar, por exemplo, é mais competitiva, rápida de instalar e mais barata no longo prazo. Por todos esse motivos, o investimento nesse tipo de energia sustentável tem aumentado consideravelmente.
Mais de R$ 86 bilhões foi o que o Brasil já recebeu em novos investimentos com a energia solar desde 2012. Foram R$ 22 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e quase 500 mil novos empregos acumulados nos últimos 10 anos. Para o meio ambiente, foram 23 milhões de toneladas a menos de gás carbônico na atmosfera.
Instalação
O custo da instalação de painéis de energia solar em residências varia entre R$ 3,5 mil e R$ 10 mil. O principal fator de variação de preço é a capacidade de geração de quilowatts. Segundo os dados da Absolar, a redução de custos com a conta de luz é de 90%, e em 3 anos o investimento se paga. Essa economia é ainda mais significativa diante do recente aumento de preços da energia elétrica, que pesou no bolso do brasileiro. Ela é uma das grandes responsáveis pela alta da inflação nos últimos 12 meses.
Com o objetivo de aquecer ainda mais esse mercado, em 2022 foi criada a Lei 14.300, que define o marco legal da geração própria de energia. De acordo com a regulamentação, consumidores que instalarem um sistema solar no telhado até janeiro de 2023 têm garantidas as regras atuais até 2045, mesmo que haja mudanças na lei.
No mercado de capitais, as empresas que promovem a energia limpa chegaram, curiosamente, através das companhias de energia elétrica. O movimento na bolsa é de empresas de energia elétrica buscando ampliar sua atuação para energias limpas. É o caso da AES Tietê (AESB3), que passou a montar parques solares e eólicos. Outros exemplos são a Omega Geração (MEGA3), que possui ativos hídricos, eólicos e solares, a Focus Energia, que fez IPO em fevereiro e levantou quase R$ 800 milhões para investimentos em energia solar. E a Renova Energia, que também aposta nas fontes limpas em parques espalhados pelo país.
Mas apesar da presença no Ibovespa, o fato de as empresas serem as mesmas que produzem energia elétrica dificulta definir se as oscilações, positivas ou negativas, são consequências das operações em energia limpa ou não. O que os especialistas em investimentos indicam é que a instalação de painéis solares já é um investimento por si só considerando a economia e pelo retorno em curto prazo.
Veja também
- Chuvas melhoram previsão do ONS para reservatórios de hidrelétricas do Sudeste
- Neoenergia e CCR fecham acordo de autoprodução de energia eólica
- Chuvas levam ONS a elevar previsão para reservatórios de hidrelétricas em novembro
- A África do Sul finalmente zerou os apagões, mas às custas da transição energética
- O ativismo climático ganha uma nova geração: a dos idosos