Negócios
Engie Brasil se prepara para abertura de mercado livre, ajusta contratação até 2025
Geradora renovável se vê preparada para capturar novos clientes que devem migrar para o mercado livre de energia a partir de 2024.
A Engie Brasil Energia (EGIE3) se vê preparada para capturar novos clientes que devem migrar para o mercado livre de energia a partir de 2024, após ter lançado uma plataforma digital e produtos específicos para atender consumidores de pequeno porte, conhecidos como “varejistas” no setor elétrico, disseram executivos da companhia nesta quarta-feira.
Em reunião pública com investidores, diretores da geradora renovável afirmaram que têm trabalhado para valorar adequadamente os preços de venda de energia no “varejo elétrico”, já que esse segmento opera sob uma lógica diferente dos grandes clientes que as elétricas estão acostumadas a atender.
Gabriel Mann, diretor de Comercialização, disse que o lançamento de uma plataforma digital para facilitar a migração dos pequenos clientes ao mercado livre foi crucial, uma vez que ela reduziu os custos de transação envolvendo esses clientes.
Ele destacou ainda que a companhia tem um programa de parceiros que ajuda na captura desses pequenos clientes, que estão espalhados por todo o país. “Isso me ajuda a manter adequado custo de transação e me dá a capilaridade no Brasil inteiro”, explicou.
Os esforços realizados para acessar o mercado de varejo elétrico elevam os custos da companhia, o que acaba sendo embutido nos preços de venda, a fim de garantir uma margem adequada nessas operações, acrescentou Mann.
Em relação a riscos de inadimplência, o CEO da Engie Brasil, Eduardo Sattamini, disse que o índice tem sido “muito baixo, quase zero”. Segundo ele, em alguns casos ocorre atraso no pagamento das contas, mas os consumidores acabam quitando as pendências antes de cair em inadimplência.
Nível de contratação
Do lado da comercialização de energia gerada pelo portfólio da empresa, a Engie procurou antecipar sua contratação diante do cenário de preços baixos, causados por uma sobreoferta estrutural de energia prevista para os próximos anos, disse Marcos Keller, diretor de Regulação e Mercado.
O executivo afirmou que a companhia está “100% contratada” para 2023 –excluindo uma reserva de energia para proteção contra risco hidrológico –e “muito bem contratada” para 2024 e 2025, sem detalhar percentuais.
Em relação a preços de comercialização, Sattamini complementou que a companhia tem preços médios “resilientes”, que a protegem de uma volatilidade maior devido a fatores conjunturais.
Veja também
- Chuvas melhoram previsão do ONS para reservatórios de hidrelétricas do Sudeste
- Neoenergia e CCR fecham acordo de autoprodução de energia eólica
- Chuvas levam ONS a elevar previsão para reservatórios de hidrelétricas em novembro
- A África do Sul finalmente zerou os apagões, mas às custas da transição energética
- O ativismo climático ganha uma nova geração: a dos idosos