BYD critica Anfavea sobre defesa de volta de imposto de importação para carros elétricos
A montadora chinesa BYD não acredita que o governo federal vai anunciar neste mês o fim da isenção do imposto de importação para carros elétricos, e criticou a associação setorial Anfavea, que tem defendido há meses o retorno da tributação que foi zerada em 2015 durante o mandato de Dilma Rousseff.
Na semana passada, o presidente da associação de montadoras de veículos Anfavea, Márcio Leite, afirmou a jornalistas que o fim da isenção de imposto de importação para os veículos elétricos vai ocorrer ao longo de três anos e deve ser anunciado próximo de medida provisória que trará os objetivos gerais da segunda fase da política automotiva Rota 2030, prevista para este mês.
“É descabido imaginar que o presidente de uma entidade dessa envergadura (Anfavea) possa colocar palavras na agenda de um governo que lutou tanto para trazer a COP 30 para o Brasil e dizer que vai haver uma taxação de carros elétricos que visam justamente contribuir para a proteção ao meio ambiente”, disse o conselheiro especial da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, nesta terça-feira em entrevista à Reuters. Baldy se referiu à cúpula global do clima que será realizada em Belém em novembro de 2025.
Procurada nesta terça-feira, a Anfavea não se manifestou.
“Nosso diálogo é com o governo e não tivemos qualquer discussão com o governo como essa (volta da taxação)”, afirmou o executivo, ex-ministro das Cidades no governo de Michel Temer.
EUA dizem que Google trapaceou para dominar segmento de buscas online
Os Estados Unidos argumentaram nesta terça-feira que o Google descumpriu regras para manter o domínio no segmento de buscas online, pagando 10 bilhões de dólares para garantir que rivais menores nunca conseguissem ganhar tração.
“Este caso é sobre o futuro da internet”, disse Kenneth Dintzer, que, em nome do Departamento de Justiça, argumentou que o Google começou em 2010 a manter ilegalmente o monopólio.
O Departamento de Justiça dos EUA acusa o Google de pagar bilhões de dólares anualmente a fabricantes de dispositivos, como a Apple, empresas de telecomunicações, como a AT&T, e fabricantes de navegadores, como a Mozilla, para dar ao mecanismo de busca do Google uma participação de mercado de cerca de 90%.
Além disso, Dintzer disse que o Google manipulou leilões de anúncios na internet para elevar os preços aos anunciantes.
“As negligências são poderosas, a escala é importante e o Google manteve ilegalmente um monopólio por mais de uma década”, disse Dintzer. As consequências são que, sem uma concorrência séria, o Google inovou menos e deu menor atenção a outras questões, como a privacidade, disse ele.
O departamento também encontrou evidências de que o Google havia tomado medidas para proteger as comunicações sobre os pagamentos feitos a empresas como a Apple, afirmou Dintzer. “Eles sabiam que esses acordos ultrapassavam os limites antitruste”, afirmou.
A defesa do Google argumenta que sua participação de mercado esmagadoramente alta não se deve ao fato de ter infringido a lei, mas porque o mecanismo de busca é rápido e eficaz — além de gratuito.
Os consumidores, segundo os advogados do Google, podem excluir o aplicativo da empresa de seus dispositivos ou simplesmente digitar Bing, Yahoo ou DuckDuckGo em um navegador para usar um mecanismo de busca alternativo.
Eles argumentaram que os consumidores continuam usando o Google porque confiam nele para responder a perguntas e não se decepcionam.
Os argumentos de abertura do julgamento foram apresentados em um tribunal federal lotado em Washington, DC. A expectativa é de que o julgamento dure até dez semanas, com duas fases. Na primeira, o juiz Amit Mehta decidirá se o Google infringiu a lei antitruste na forma como gerencia o mecanismo de busca e os anúncios ligados a ele.
Se for constatado que o Google infringiu a lei, Mehta decidirá a melhor maneira de resolver o problema. Ele pode simplesmente ordenar que o Google interrompa as práticas que considerar ilegais ou decidir que a empresa venda ativos.
O governo, em sua queixa, solicitou “medidas estruturais conforme necessário”, mas não disse quais.
Novo presidente do Alibaba define usuários e inteligência artificial como prioridades
O novo presidente-executivo do Alibaba Group, Eddie Wu, disse aos funcionários que os dois principais focos estratégicos da gigante chinesa de tecnologia são “o usuário em primeiro lugar” e negócios “orientados por inteligência artificial”, de acordo com uma carta interna vista pela Reuters.
Wu, que enviou a carta em seu terceiro dia no cargo nesta terça-feira, também disse que o Alibaba se concentrará em promover funcionários jovens, citando especificamente aqueles nascidos depois de 1985, para formar o núcleo de suas equipes de gerenciamento de negócios nos próximos quatro anos.
Isso ajudará a manter uma “mentalidade de startup” e evitará que a empresa fique “presa em nossos velhos hábitos”, disse ele.
O novo presidente-executivo, um dos fundadores do Alibaba Group e braço direito de longa data do ex-presidente Jack Ma, definiu prioridades estratégicas em um momento em que a companhia atravessa a maior reestruturação organizacional de sua história de 24 anos.
No final do domingo, o Alibaba também anunciou que Wu atuará ao mesmo tempo como presidente-executivo da unidade de computação em nuvem, substituindo Daniel Zhang.
A notícia foi uma surpresa para muitos, já que Zhang havia dito em junho que estava deixando o cargo de presidente-executivo da companhia para se concentrar na divisão de computação em nuvem, que tem como objetivo fazer um IPO até maio de 2024.
O Cloud Intelligence Group, avaliado entre 41 bilhões e 60 bilhões de dólares neste ano, está entre as cinco unidades que o Alibaba está desmembrando como parte da reestruturação.
“Na próxima década, o agente de mudança mais significativo será a inteligência artificial em todos os setores”, disse Wu na carta. “Se não acompanharmos as mudanças da era da inteligência artificial, ficaremos para trás.”
(*com informações da Reuters)