Negócios
Iguatemi tem prejuízo de R$ 16,4 mi no 1º trimestre
O impacto foi causado pela queda nas ações da Infracommerce, empresa de serviços para o comércio eletrônico.
A rede de shoppings Iguatemi (IGTA3) teve prejuízo líquido de R$ 16,4 milhões no primeiro trimestre de 2022, o que representa uma reversão frente ao lucro de R$ 39,8 milhões no mesmo período de 2021.
O impacto foi causado pela queda nas ações da Infracommerce, empresa de serviços para o comércio eletrônico na qual a Iguatemi tem uma participação de 11,2%. Neste ano, as ações dessa empresa recuaram cerca de 65%.
O investimento da Iguatemi é feito via fundo, com marcação a mercado periodicamente. O impacto negativo não teve efeito no caixa da operadora de shoppings. Excluindo a Infracommerce, a Iguatemi teria reportado lucro líquido de R$ 40,9 milhões.
Os outros indicadores apresentaram melhoras, principalmente pela volta do movimento nos shoppings, com recuperação da vendas dos lojistas e da cobrança dos aluguéis dos pontos comerciais pela Iguatemi.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 147,8 milhões, aumento de 53,7% na mesma base de comparação anual. A margem Ebitda subiu 8,2 pontos porcentuais, para 64,7%.
O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) foi de R$ 22,3 milhões, queda de 71%. Já a receita líquida foi a R$ 228,3 milhões, crescimento de 34,3%.
A dívida bruta chegou ao fim do primeiro trimestre de 2022 em R$ 3,250 bilhões, 1,5% abaixo do quarto trimestre de 2021. A companhia tinha em caixa R$ 1,752 bilhão, queda de 4,8% nesse mesmo período. Com isso, a dívida líquida ficou em R$ 1,453 bilhão, com alavancagem (relação entre dívida e Ebitda) de 2,43 vezes, ante 2,57 vezes no período imediatamente anterior.
Operacional
A Iguatemi registrou melhora nas vendas dos shoppings e, com isso, deu sequência à política de retirada de descontos nos aluguéis dos lojistas.
As vendas totais nos shoppings atingiram R$ 3,3 bilhões no primeiro trimestre de 2022, crescimento de 77,2% em relação ao mesmo intervalo de 2021 (quando ainda havia restrições ao funcionamento do comércio) e avanço de 14,8% perante o primeiro trimestre de 2019 (antes da chegada da pandemia).
A recuperação das vendas na rede Iguatemi superou a concorrentes Multiplan (MULT3) – 13,5% – e BrMalls (BRML3) – 5%. A Aliansce ainda não divulgou seus dados operacionais.
A Iguatemi também reportou o dado parcial de vendas nos shoppings em abril: crescimento de 31% em relação ao mesmo mês de 2019.
As vendas nas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) cresceram 14,6% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2019. O destaque foi o segmento de calçados e artigos de couro, com alta de 31,6% nesse intervalo.
O aluguel nas mesmas lojas (SSR) da Iguatemi aumentou 48,7% em relação ao mesmo período de 2019. O resultado foi melhor que o da BrMalls (37,5%), e inferior ao da Multiplan (54,3%).
A ocupação dos shoppings da Iguatemi foi a 92,7%. É maior que um ano antes, quando estava em 90,7%. Mas abaixo no nível de 93,7% pré-pandemia (primeiro trimestre de 2019).
A inadimplência dos lojistas subiu para 5,3%. No pré-pandemia, estava em 2,9%.