Negócios
Magazine Luiza vê 2021 como ano da logística
O grupo de varejo quer reduzir tempos de entrega de produtos próprios e vendidos por lojistas que usam sua plataforma de comércio eletrônico.
O grupo de varejo Magazine Luiza (MGLU3) deve investir mais em logística em 2021 para reduzir tempos de entrega de produtos próprios e vendidos por lojistas que usam sua plataforma de comércio eletrônico, enquanto dá mais atenção a novas categorias de produtos como mercados e delivery de refeições.
“Supermercado atrai frequência. É absolutamente estratégico para atrair recorrência (de compras). Não dá para ser dominante só com categorias de tíquetes (valores de compras) elevados”, disse o presidente-executivo do Magazine Luiza, Frederico Trajano, em apresentação online a analistas.
Na véspera, a companhia divulgou alta de 40% no lucro líquido do quarto trimestre, com um salto de 121% nas vendas do comércio eletrônico. A ação da empresa subia 2,3% às 14h28, enquanto o Ibovespa tinha variação positiva de 1,3%.
Trajano afirmou que a categoria de supermercados representa atualmente metade do varejo nacional, que movimenta cerca de R$ 1,2 trilhão por ano, mas a participação das vendas online na categoria é de apenas 1% o que significa uma “oportunidade gigantesca” para a companhia e rivais.
Além disso, outras categorias que o executivo afirmou que o Magazine Luiza dará mais atenção este ano são moda e beleza, no qual o grupo montou uma equipe exclusiva no ano passado; e entrega de comida e também em serviços financeiros.
Desde abril passado, o Magazine Luiza comprou 10 empresas, na maioria startups de comércio eletrônico, incluindo desde supermercado a cursos profissionalizantes. Segundo o executivo, uma das startups compradas, a Aiqfome, de delivery de refeições, terá serviços integrados ao superapp da companhia ainda neste ano, ampliando a rivalidade em um mercado já disputado por empresas como iFood, Uber Eats e Rappi.
Em abril, a companhia deve lançar um cartão de crédito sem anuidade integrado com o superapp, reforçando seu ecossistema e apelo aos usuários.
Estas frentes, aliadas a outras, devem fazer o investimento orgânico da companhia ter uma “aceleração significativa” este ano, disse Trajano, evitando fazer projeções de margens de lucro e de lucro operacional (Ebitda) para 2021.
Segundo o executivo, não é possível ser relevante no comércio eletrônico sem uma plataforma que inclua produtos de preços menores, como as oferecidas por supermercados. Por isso, a empresa tem como estratégia trabalhar com muitos parceiros locais, de modo que os produtos não precisem viajar grandes distâncias para chegar aos consumidores.
“Mercado não precisa ter um ‘economics’ maravilhoso. É só não destruir caixa que ela é uma categoria que cumpre seu objetivo estratégico”, disse Trajano. Ele se referiu à importância da frequência de compras dos consumidores, algo que tem sido perseguido por rivais como B2W, que também aposta em delivery e na categoria de supermercados para manter os clientes conectados à sua plataforma.
Para Trajano, as tendências de impulso ao comércio eletrônico de 2020 devem se manter em 2021. Ele chegou a avaliar que as medidas de restrição à movimentação da população no país possam se arrastar “talvez até o final deste ano”.
- Confira a as ações da Via Varejo (VIIA3)
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