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Mubadala coloca Brasil na SailGP, a ‘Fórmula 1’ da vela
Gestora do fundo soberano dos Emirados Árabes vai criar equipe representante do Brasil na categoria
A mais nova tacada da Mubadala Capital acontecerá no mar. A gestora pertencente ao fundo soberano homônimo de Abu Dhabi vai criar uma equipe para representar o Brasil na SailGP, uma competição internacional de vela criada pelo bilionário cofundador da Oracle Larry Ellison e pelo iatista Russell Coutts.
São dez barcos que disputam “grandes prêmios” mundo afora, como uma espécie de Fórmula 1 aquática, e movida a vento. Na verdade, é uma mistura de F1 com Copa do Mundo. Cada embarcação representa um país – Nova Zelândia, Espanha, Austrália, França, Dinamarca, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Alemanha e Suíça; na ordem da classificação atual (força aí Suíça!).
Para colocar uma equipe brasileira nesse clube, a Mubadala precisou comprar da SailGP o direito de constituir uma nova equipe nacional – o fundo soberano já é patrocinador da categoria. Os valores não foram revelados, mas a transação foi a maior da competição iniciada em 2019. Em novembro, a SailGP vendeu a equipe dos Estados Unidos para o grupo atual de controladores por mais de US$ 40 milhões.
O Brasil será o primeiro país da América do Sul a participar e é possível que o país receba etapas futuras da SailGP.
Hoje, os grandes prêmios ocorrem nos Estados Unidos (com etapas em Chicago, Los Angeles, Nova York e São Francisco), França, Itália, Espanha, Bermuda, Canadá, Emirados Árabes, Austrália e Nova Zelândia.
A equipe brasileira será operada pela IMM, empresa de entretenimento e esportes que pertence à Mubadala Capital e é comandada pelo ex-velejador olímpico Alan Adler.
A IMM foi parar no portfólio da Mubadala em 2015, como parte do espólio de Eike Batista. Foi um dos ativos entregues pelo empresário para compensar um investimento frustrado de US$ 2 bilhões feito pelos árabes no grupo EBX, em 2012.
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Entre as marcas da IMM estão o Rio Open, de tênis, e a São Paulo Fashion Week. A etapa paulistana da Fórmula 1 também pertence à Mubadala, mas sob outra empresa. O CEO da F1 em São Paulo, no entanto, é o mesmo Alan Adler.
Mubadala everywhere
“Esta aquisição não só adiciona ao nosso portfólio de investimentos, mas também se alinha com nosso compromisso de longo prazo de investir no Brasil”, disse em comunicado Oscar Fahlgren, diretor de investimentos da Mubadala.
A gestora árabe já investiu US$ 6,1 bilhões no Brasil (R$ 32 bilhões) e prevê outros US$ 13,5 bilhões para os próximos anos. É muito dinheiro, mas uma fração pequena dos mais de US$ 302 bilhões que estão sob a gestão do Mubadala Investment Company, o fundo soberano que é dono da gestora Mubadala Capital.
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No Brasil, os dólares dos Emirados Árabes se juntam a outros advindos de investidores privados, como bilionários e fundos de pensão estrangeiros.
O portfólio da Mubadala Capital é bastante amplo: vai de concessionárias de metrô e rodovias até a Zamp, operadora no país de redes de restaurantes como Burger King, Popeyes e, mais recentemente, Starbucks.
Os tentáculos da Mubadala se estendem ainda por atividades, portuárias, mineração, universidades privadas, redes de academias, usinas de açúcar e álcool, refinaria e negociação de ativos financeiros.
SailGP
O CEO da SailGP, Russell Coutts, se inspira na Fórmula 1 para tornar a competição de vela um fenômeno global de audiência. Cinco vezes vencedor da principal competição de vela dos Estados Unidos, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1984 e duas vezes campeão do mundo, ele quer popularizar um esporte historicamente restrito aos milionários.
Segundo a SailGP, isso já está acontecendo. Na temporada atual (a quarta na curta história da modalidade), a audiência cresceu 24% na comparação com anterior: 13,6 milhões de espectadores.
Tornar mais popular, sim. Mas sem perder a aura. O principal patrocinador da liga é a Rolex – que também está entre os major sponsors da Fórmula 1.
Em entrevista à Time, Coutts disse que os resultados comerciais da SailGP são firmes. No começo, os times eram vendidos a preços entre US$ 5 milhões e US$ 10 milhões, bem menos que os US$ 40 milhões citados acima.
Cada equipe é composta por seis atletas. Eles competem com catamarãs – embarcações compostas por dois cascos paralelos de tamanho igual, com quilhas embaixo. Quando o barco pega velocidade, os flutuadores descolam da água. Só as quilhas ficam em contato com o mar. Para quem vê de longe, parece que eles flutuam sobre as águas.
E bem rápido. As velocidades chegam perto dos 100 km/h.
Os barcos são compostos por uma vela central que pode chegar a 25 metros de altura, a depender de como uma parte móvel é operada durante a competição. Veja melhor aqui embaixo.
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