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Natura avalia vender The Body Shop, diante de ‘desafios’; ação dispara

Marca de cosméticos inglesa foi vendida pela L’Oreal em 2017 e desde então não apresentou resultados expressivos.

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Em meio a expectativas mais fracas de receita e “desafios crescentes” envolvendo a varejista de cosméticos inglesa The Body Shop, sua proprietária – a rede brasileira Natura&Co (NTCO3) – informou nesta segunda-feira (28) que estuda como alternativa vender a companhia.

Após a notícia, a ação da Natura disparava mais de 6% por volta de 10h30 desta segunda, negociada ao redor de R$ 16,24.

Em comunicado, a Natura divulgou um estudo que faz parte de avaliação de “alternativas estratégicas” do conselho de administração para a rede. Em abril, a empresa havia acertado a venda da marca Aesop para a L’Oreal por US$ 2,5 bilhões.

Crédito: Adobe Stock

A Natura comprou a The Body Shop em 2017, da L’Oreal, em um negócio estimado em 1 bilhão de euros, seguida de um acordo para comprar a Avon em 2019.

Após dois aumentos de capital em 2020 (de R$ 2 bilhões em maio e R$ 6 bilhões em outubro), a fabricante brasileira de cosméticos fortaleceu sua posição de caixa e melhorou o endividamento, mas logo depois, em 2022, apresentou resultados abaixo do esperado em sua operação global, levando bancos como o BTG Pactual a rebaixar a recomendação da ação da companhia em setembro do ano passado.

The Body Shop: ‘crescentes desafios’

De acordo com analistas que acompanham o setor, a compra da The Body Shop pela Natura ainda não trouxe resultados expressivos para a companhia. Pelo contrário, a rede tem demonstrado dificuldades em crescer com solidez, apesar de alguns segmentos terem ganhado destaque.

“A marca tem lutado para ganhar força com a reabertura das economias após a pandemia, com um enorme sucesso na sua divisão Body Shop at Home (canal de venda direta) e a concorrência de diferentes marcas globais nos mercados onde atua”.

BTG Pactual em relatório, em 21 de agosto.

Criada na Inglaterra em 1976, a The Body Shop tem cerca de 2,8 mil lojas em mais de 70 países vendendo produtos para cabelo, rosto, corpo e maquiagem, segundo dados da Natura.

No segundo trimestre, a The Body Shop teve queda de 12,5% no faturamento em câmbio constante, ante o mesmo período de 2022, para R$ 800,3 milhões.

Loja da The Body Shop nos EUA. REUTERS/Mark Makela

Receita reduzida

Em relatório da última sexta-feira (25) sobre os resultados na Natura referentes ao segundo trimestre – a companhia registrou prejuízo de R$ 731 milhões –, o Itaú BBA destacou o fato de a The Body Shop estar passando por “crescentes desafios” e ajustes em seus operações desde a nomeação do novo CEO, Lan Bickley.

Entre os desafios para se reestruturar, destaca o BBI, a rede de cosméticos inglesa tenta reequilibrar sua distribuição para abraçar o digital e as vendas no atacado, enquanto tenta racionalizar seu portfólio de produtos para crescer no segmento de skincare e manter a liderança no segmento de produtos para corpo e banho.

O banco disse esperar receitas mais fracas para a Natura nos próximos anos em relação a projeções feitas anteriormente, principalmente devido à “piora nas expectativas para a Natura & Co e a The Body Shop”, diz o BBI em relatório.

O banco rebaixou as expectativas de receita para a unidade de negócios da Body Shop em 2023 para US$ 4,1 bilhões, ante uma previsão anterior de US$ 4,3 bilhões. Para 2024, as estimativas também foram reduzidas para US$ 4,5 bilhões, ante projeção anterior de us$ 4,7 bilhões.

*Com agências

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