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Natura: Fábio Barbosa deixará conselho para se dedicar como diretor-presidente

O executivo e mais quatro conselheiros apresentaram cartas de renúncia aos cargos na sexta-feira (24).

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A Natura &Co (NTCO3) comunicou ao mercado na sexta-feira (24) que seu principal executivo, Fabio Barbosa, deixará de ser membro do conselho de administração e deverá ser eleito para o cargo de diretor-presidente, logo após a aprovação do novo estatuto social.

A ação da Natura encerrou o pregão desta segunda-feira (27) em queda de 0,29%, a R$ 13,59, depois de passar parte do dia com ganho.

Barbosa, Ian Martin Bickley, Jessica DiLullo Herrin, Wyllie Don Cornwell e Nancy Killefer, apresentaram, na data do comunicado, suas cartas de renúncia aos cargos de membros do conselho de administração da companhia.

Segundo a empresa, as cartas foram apresentadas no contexto da proposta da administração para reformulação da estrutura de governança corporativa da Natura &Co, a ser deliberada na assembleia geral ordinária e extraordinária a ser realizada em 26 de abril de 2023, que prevê a redução da composição do conselho de administração para 9 membros.

Corte na remuneração de diretoria

A Natura &Co sugeriu que a remuneração dos administradores da companhia seja reduzida em 32% como parte de uma reformulação mais ampla que visa restaurar a confiança de seus investidores.

O conselho da empresa propôs fixar a remuneração total de seus gerentes seniores em cerca de R$ 78 milhões para entre maio de 2023 e abril de 2024, abaixo dos R$ 115 milhões inicialmente propostos para o mesmo período um ano antes, segundo um documento regulatório nesta segunda-feira.

A proposta será votada em assembleia geral de acionistas no dia 26 de abril.

Números da Natura

Crédito: Adobe Stock

A fabricante de cosméticos Natura&Co registrou prejuízo líquido de R$ 890,4 milhões no quarto trimestre de 2022, pressionada em parte por receitas menores em todas as linhas de negócios. O resultado é uma piora na comparação com o lucro líquido de R$ 695,5 milhões apurado no ano anterior.

A Natura teve queda de 11% na receita líquida, para R$ 10,39 bilhões, arrastada por Avon International e The Body Shop, que registraram uma queda de mais de 20% no faturamento. No entanto, em termos de moeda constante, a receita líquida cresceu 3%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no período encolheu 29%, para R$ 1,1 bilhão, atingido por um encargos de R$ 383 milhões vinculado principalmente à Avon International e, em menor grau, à The Body Shop, onde a companhia também registrou algumas despesas de reestruturação.

Negócios da companhia

Depois de ter adquirido a australiana Aesop no ano de 2013, a Natura comprou a britânica The Body Shop em 2017 e, em 2019, a americana Avon, se tornando a Natura &Co., com o objetivo de se tornar uma plataforma de marcas de beleza globalmente.

Após a chegada de Fábio Barbosa em junho de 2022 à companhia, a empresa comunicou uma reestruturação, buscando destravar valor da sua marca de luxo, a Aesop.

Inicialmente, a companhia estudou um IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) ou um spin-off (quando a empresa se torna independente do grupo), porém, em meio às condições adversas de mercado, acionistas optaram por não realizar uma eventual abertura de capital. Os acionistas receberam várias propostas não vinculantes e têm analisado qual pode ser o formato de venda. 

Em meio a este processo de reestruturação, e incertezas com a Aesop, as ações da Natura vêm acumulando desvalorizações. Em um ano, os papéis acumulam perda de 47,19%. Já em um mês, recuo de 7,75%.

(*Com informações da Bloomberg)

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