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O SBT pós-Silvio Santos agora tem até CFO e COO

Emissora do maior apresentador da história do país passou a adotar uma estrutura mais em linha com o mercado

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Sede do SBT em São Paulo (Wikimedia)

Silvio Santos, além de ter sido uma lenda da televisão brasileira, também era visto como um empresário muito instintivo – e bem sucedido na mesma proporção. Suas já conhecidas histórias envolvendo o sucesso do Baú da Felicidade até a criação do SBT mostram que o “patrão” tinha um apetite grande ao risco e com um perfil centralizador, especialmente ao falar da emissora de TV, sua queridinha.

Não foi incomum ver na imprensa especializada na cobertura de TV as mudanças constantes de programação do SBT, as ligações diretas para diretores de programas e executivos para que sua vontade fosse feita naquele exato momento – e que muitas vezes se reverteram em crescimento de audiência, verdade seja dita. Mas, com a morte de Senor Abravanel em agosto deste ano, suas empresas passaram a se adaptar aos novos tempos.

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A mais recente é justamente na empresa mais conhecida, o SBT. Daniela Beyruti, filha número 3 do apresentador, foi oficializada na segunda-feira (11) como presidente da emissora – função que já vinha exercendo na prática desde que Silvio se afastou do dia a dia da emissora há alguns anos. 

Daniela desenhou uma nova estrutura, com nomenclaturas mais parecidas com a das grandes corporações do que com a de uma empresa que até pouco tempo era de gestão familiar. O SBT anunciou que terá dois C-level abaixo dela e mais três superintendências – até então, o organograma da emissora só tinha uma vice-presidência e algumas diretorias, sem adotar o anglicismo nos cargos.

Marcello Sassatani, que está no grupo desde 2000, lidera a parte financeira, sendo anunciado agora como CFO (ou diretor financeiro). Fernando Justus Fischer, executivo com 26 anos de casa, foi anunciado como Chief Operating Officer (COO), ou diretor de operações em bom português. 

Daniela Beyruti, presidente do SBT (Divulgação)

Em comunicado à imprensa, o SBT afirma que sua nova estrutura organizacional tem um “olhar para o futuro do negócio”. “Esse novo modelo visa processos mais ágeis e competitivos, fortalecendo o ecossistema da empresa e alinhando suas operações às diretrizes do Grupo Silvio Santos.”

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A sucessão dos negócios de Silvio Santos já havia sido encaminhada para suas seis filhas há alguns anos. Nessa divisão, Daniela Beyruti assumiu o SBT e a caçula, Renata Abravanel, passou a comandar o Grupo Silvio Santos, holding que abarca a emissora de TV, o Baú, a Jequiti, o hotel Jequitimar, e a construtora Sisan, entre outros negócios.

Desafio para o canal 4

Daniela e as irmãs têm o desafio natural de qualquer processo de sucessão somado ao peso de terem tido o pai que tiveram. A princípio, podemos listar dois: o SBT está patinando na audiência nos dias de semana, chegando a perder a terceira colocação para a Band em alguns horários; o outro é o de incrementar receita e lucro em um mercado de mídia em transformação.

Enquanto a Globo, maior emissora do país, fatura mais de R$ 15 bilhões por ano e a Record, a segunda colocada, chega próximo dos R$ 2 bilhões, o SBT estacionou em R$ 1 bilhão de faturamento anual há pelo menos seis anos, segundo documentos acessados pelo InvestNews na Junta Comercial.

Na última linha do balanço, o SBT registrou lucro líquido de R$ 31,1 milhões em 2023, ao mesmo tempo que Record (R$ 533 milhões) e Globo (R$ 838,7 milhões) tiveram lucros na casa das centenas de milhões de reais.

O desafio mais proeminente está na pulverização das receitas publicitárias entre as cinco principais emissoras de TV do país contra YouTube, plataformas de streaming e TV paga. Com apostas em programas que não repercutiram e uma audiência claudicante em 2024, o SBT tem um caminho espinhoso em 2025 para chegar ao poderio financeiro dos concorrentes.

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