Negócios
Puravida, da Nestlé, é reconhecida com certificação rigorosa em ESG
Foodtech brasileira foi comprada por Nestlé Health Science (NHSc) em 2022.
Depois de ser comprada pela gigante de alimentos Nestlé por um valor não revelado, a Puravida se tornou a primeira empresa brasileira de suplemento alimentar a receber a certificação B Corp, sendo esta a certificação mais rigorosa do mundo quando o assunto é sustentabilidade.
Ela é concedida a empresas que atendem a altos padrões de desempenho social e ambiental que associam crescimento econômico à promoção destes dois pontos anteriormente citados.
Segundo Isabela Cristovão Balau Garcia, ESG Manager da Puravida e que bebeu da fonte da Natura (NTCO3) – a primeira empresa de capital aberto no mundo a ter a mesma certificação – antes de ser contratada para implementar a área de ESG, a diretoria da foodtech já tinha uma trilha bem definida para atingir a certificação, inclusive com um percentual do bônus dos executivos atrelado a metas ESG.
Apesar de a Nestlé controlar a companhia, Garcia comenta que a foodtech seguiu e segue operando de forma independente, “stand alone”, mas com signergias positivas em sustentabilidade, dado o forte compromisso com o tema pela gigante suíça.
“Aos olhos deles [Nestlé] estamos muito avançados na agenda ESG, mas acredito que podemos evoluir”.
Isabela Cristovão Balau Garcia, ESG Manager da puravida
Segundo Garcia, diversidade é um ponto que dá para ser melhorado, e com a expertisse da multinacional suíça, é possível utilizá-la como guia para atingir metas mais robustas.
Atualmente, a Puravida tem 400 funcionários, sendo 46% do quadro total formado por mulheres. Já nos cargos gerenciais, as mulheres representam 50% além de outros 25% em cargos de diretoria. E isso foi um dos pontos que chamou a atenção da certificadora.
Refugiados também fazem parte do quadro de funcionários, uma vez que a empresa é membro da Acnur – órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados no Brasil.
Uma série de matérias primas utilizadas nos produtos possuem certificação orgânica no Brasil e no exterior, garantindo que não há agrotóxicos na composição.
Para rastreamento dos fornecedores, há um processo de homologação sendo também aplicado um questionário com uma série de critérios ligados a qualidade e segurança alimentar, além de responsabilidade sócio ambiental. A partir disso é atribuída uma pontuação ao fornecedor. “A partir dessa pontuação, tanto pode ser necessário elaborar um plano de ação para se adaptar e daqui há algum tempo ser feita uma auditoria para avaliar se eles [fornecedores] estão em conformidade, como desconsiderá-lo”.
A empresa brasileira tem mais de uma centena de produtos disponíveis no mercado, de snacks saudáveis, adoçantes, proteínas, alimentos orgânicos e à base de plantas, especiarias, temperos, vitaminas e suplementos alimentares “clean label” (produtos com alimentos naturais e sem inclusão de aditivos). A maior parte dos insumos são certificados, segundo a companhia, e mais de 70% dos gastos são direcionados a fornecedores locais. As emissões de gases de efeito estufa da empresa quando não reduzidas, são compensadas 100%, segundo Garcia.
Em 2021, o faturamento da Puravida foi de R$ 295 milhões, após crescer 42% em relação a 2020. Os números de 2022 não foram abertos, mas o plano é chegar a uma receita de R$ 1,7 bilhão até 2025.
A cada três anos, as empresas que levam a certificação B Corp precisam passar por uma nova avaliação para manter o certificado. “Agora nosso objetivo é evolui e alcançar cada vez pontuações maiores”.
No Brasil, existem 304 empresas certificadas ante mais de 7.081 no mundo, de acordo com o Sistema B Brasil. O processo é voluntário e leva entre seis meses e dois anos a partir da inscrição. Para obter a certificação, uma empresa deve ter uma pontuação mínima de 80 pontos de 200. A Puravida atingiu 93.
“Quando cheguei na companhia (a executiva trabalhou anteriormente na Natura) me vi com apenas um ano para preparar a companhia e mais um ano em auditoria para receber o selo, logo, o relógio estava correndo contra o tempo. Mas na final, deu tudo certo”.
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