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Restrições aplicadas por Trump motivaram entrada da Xiaomi no mercado de veículos elétricos, diz CEO
A Xiaomi entrou no concorrido mercado de veículos elétricos da China este ano, como parte de sua estratégia para diversificar seu portfólio de produtos.
A decisão do governo dos Estados Unidos sob o então presidente Donald Trump de vetar a chinesa Xiaomi, no início de 2021, foi o que motivou a decisão da empresa de construir seu primeiro carro elétrico, disse o presidente-executivo da companhia, Lei Jun, nesta sexta-feira (19).
Mais conhecida por seus smartphones e eletrodomésticos, a Xiaomi entrou no concorrido mercado de veículos elétricos da China este ano, como parte de sua estratégia para diversificar seu portfólio de produtos.
Falando em um evento anual em Pequim na sexta, Lei disse que a Xiaomi começou a considerar a fabricação de um modelo elétrico após o que ele chamou de “um acidente” — um anúncio nos últimos dias do governo Trump que colocou a empresa chinesa em uma lista de “suja” nos Estados Unidos.
LEIA MAIS: Xiaomi fez algo que a Apple não conseguiu: produzir um carro elétrico
“Recebi uma ligação telefônica de um amigo dizendo que havíamos sido punidos. Foi como um raio vindo do nada”, disse Lei, que acrescentou que a Xiaomi convocou uma reunião de emergência da diretoria naquele dia, que deu início à sua corrida para desenvolver um carro elétrico.
“Se não fosse pelo enorme impacto dos inesperados vetos dos EUA, não teríamos entrado precipitadamente no complexo setor automotivo”, disse Lei.
A Xiaomi contestou as proibições de 2021 em um tribunal federal e obteve uma reversão da ação que teria restringido o investimento dos EUA em maio daquele ano. Até então, o objetivo de Trump era minar a expansão do setor de tecnologia do país asiático. Naquela época, Lei disse que havia lançado o desenvolvimento do que se tornou o SU7, um modelo esportivo, semelhante ao Porsche, que começa abaixo de US$ 30 mil.
A Xiaomi planeja entregar pelo menos 100 mil unidades do SU7 este ano, com uma meta de 120 mil vendas. Isso representa um aumento significativo em relação a metas anteriores deste ano, quando a empresa inicialmente definiu sua meta de vendas para o primeiro ano em 76 mil veículos enquanto determinava sua capacidade de produção.
Lei disse que a empresa entregou mais de 25 mil veículos elétricos até o final de junho e espera atingir a meta de 100 mil unidades até novembro.
“Tenho que agradecer ao acidente de três anos atrás”, disse ele sobre as sanções, que estimularam o esforço da empresa para diversificar devido a preocupações de que elas prejudicariam seu setor de smartphones.
O SU7 está disponível apenas na China. Lei disse que sua meta é que a Xiaomi se torne uma das cinco maiores montadoras globais.
(Por Kevin Krolicki)
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