Negócios
Tentando se manter no azul, Melhoramentos mira novos negócios
Empresa iniciou processo de reestruturação em 2021 e busca estratégias para elevar resultados.
Em meio a um processo de reestruturação que já dura cerca de 2 anos, a Melhoramentos (MSPA4 e MSPA3) conseguiu fechar o 2º trimestre de 2023 no azul, e busca manter o ritmo dos balanços positivos após a longa sequência de prejuízos entre 2019 e 2022. Para isso, a empresa, que tem três negócios e já lançou mão de estratégias como reperfilamento de dívida e otimização de custos, agora mira em novos mercados.
O último balanço da empresa trouxe um lucro trimestral de R$ 6,96 milhões – uma melhora frente ao resultado negativo de R$ 14,7 milhões no mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, no entanto, o resultado ainda é negativo em R$ 1,2 milhão.
Mas o CEO da empresa, Rafael Gibini, aponta que “o primeiro semestre, normalmente e por questões sazonais, é menor do que o segundo semestre”, e adianta que a segunda metade do ano “está numa boa aceleração”.
De qualquer maneira, o grande desafio é manter os números positivos de forma consistente. “A palavra é persistência. Este é um trimestre apenas. Mas a gente vê a evolução clara disso ao longo do tempo, porque a gente entende que está numa jornada. Então ainda tem um processo longo, e a gente está muito firme nessa estratégia”, diz o executivo.
A Melhoramentos atua nos segmentos de fibras de madeira, editorial e imobiliário. Agora, a empresa está buscando expandir esses três negócios, mas também de olho em novas oportunidades de mercado além deles. Neste mês, foi criada para isso uma diretoria de Estratégia e Novos Negócios, liderada pela executiva Carolina Alcoforado.
“A ideia é como a gente consegue ir além e realmente não pensar só no que a fábrica que a gente tem hoje, na editora que a gente tem hoje, nas árvores que a gente tem hoje podem dar”, diz ela.
“A gente quer começar em negócios que sejam adjacentes ao que a gente já tem, com novas ofertas, novos produtos”, complementa Gibini.
Período de ‘respiro’
A reestruturação da Melhoramentos começou em 2021, em meio às dificuldades da empresa fundada há 130 anos. A nova diretoria deu início a um movimento que incluiu revisão de custos, especialmente os mais sensíveis como energia elétrica, mudança de cultura corporativa entre outros.
Mas uma das medidas mais estratégicas teve como alvo o endividamento da companhia, com a emissão de um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) para alongar a dívida. “É a principal dívida que a gente tem hoje”, diz Alcoforado.
“A companhia saiu de um perfil de endividamento de três anos, quatro anos, que ficava sempre ali no gargalo”, diz ela, apontando que parte do valor captado foi utilizado para pagamento de dívidas, enquanto outra foi deixada como fluxo de caixa.
A Melhoramentos encerrou o 2º trimestre com relação entre dívida líquida e patrimônio de 0,12 no acumulado – patamar semelhante ao ano anterior, de 0,13.
“A gente ainda está no período de carência. Então é o momento em que a operação vai mudando, passa a ser geradora de caixa, que é diferente do que a gente encontrou antes. E é um momento também que a dívida está só no fluxo bastante minimizado. Apesar do montante total estar tá lá computado, a gente não tem esse serviço da dívida tão significativo assim nesse período de carência.”
Diretora de Estratégia e Novos Negócios, Carolina Alcoforado.
A diretora afirma que o objetivo da operação para alongar a dívida foi conseguir um “respiro para transformar a operação”. Agora, durante esse período de “carência”, uma das apostas da Melhoramentos para gerar receita é no segmento imobiliário, com investimentos do tipo “real state”.
“É uma unidade que a gente começou a estruturar, ainda está nessa fase de planejamento. Ela leva um pouco mais de maturação, mas ela tem um potencial muito alto de crescimento”, diz Alcoforado.
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