Negócios
Usiminas: reformas podem esfriar mudanças nos dividendos, dizem analistas
Ação da empresa caiu mais de 6% após anúncio de reformas e reparos fora da previsão.
O papel preferencial da siderúrgica Usiminas (USIM5) terminou o pregão desta sexta-feira (26) em queda de 6,67%, a segunda maior desvalorização do Ibovespa. O recuo ocorreu após a empresa elevar as projeções de investimentos para reforma e reparos em seus projetos. De acordo com a Ativa Investimentos, os novos valores podem esfriar o espaço para uma eventual alteração da política de dividendos.
Em comunicado, a Usiminas esclareceu que serão necessários R$ 2,72 bilhões para a reforma do alto forno 3 de sua usina em Ipatinga, em Minas Gerais, contra previsão anterior de R$ 1,23 bilhão. O motivo está relacionado aos efeitos inflacionários maiores desde o anúncio do projeto em 2019.
Além disso, a companhia precisará fazer reparos emergenciais de R$ 1,1 bilhão na coqueria 2 da usina de Ipatinga.
Em comentário, Felipe Ruppenthal e Rodrigo Diniz, analistas da Eleven, reiteraram que a reação negativa do mercado está relacionada a atualização dos valores de investimentos na reforma do Alto Forno nº 3 acima do esperado, assim como os desembolsos emergenciais na Coqueria 2, para corrigir o problema da menor produção de coque em Ipatinga.
A Ativa lembrou ainda que o desempenho negativo da coqueria 2 já prejudicou os resultados da companhia no segundo trimestre de 2022, demandando um maior consumo de energia e insumos de terceiros.
“As duas notícias, portanto, pesaram negativamente no papel hoje, já que esses reparos e reformas diminuem o espaço para uma eventual alteração da política de dividendos após as finalizações”, acrescentou a casa.
Investimentos
A siderúrgica também anunciou a projeção de investimentos de R$ 2,4 bilhões para o ano 2023 e manteve a estimativa de investimentos de R$ 2,05 bilhões para este ano.
Para a Ativa, o capex maior do que o estimado somado ao já alto capital de giro registrado nas últimas demonstrações “devem seguir pressionando a geração de caixa ao longo dos próximos trimestres”.
Resultados do último trimestre
A companhia divulgou no fim de julho lucro líquido de R$ 1,06 bilhão no segundo trimestre, queda de 77% em relação ao mesmo período do ano anterior, praticamente em linha com a projeção de analistas de R$ 1,05 bilhão, segundo pesquisa da Refinitiv.
A receita líquida da empresa totalizou R$ 8,53 bilhões no trimestre encerrado em junho, recuo de 11% na base anual, porém acima da estimativa do mercado de R$ 8,34 bilhões.
A companhia informou ainda que projeta vender de 950 mil a 1,05 milhão de toneladas de aço no terceiro trimestre.
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