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Nunca foi tão caro visitar a cidade de Nova York

Turistas estão excluindo jantares, buscando atividades mais baratas e reservando hotéis mais distantes do centro da cidade

Por Dalvin Brown The wall street Journal
Publicado em
7 min
traduzido do inglês por investnews

A cidade de Nova York conta com experiências memoráveis em dezembro. Há a árvore de Natal do Rockefeller Center, além da patinação no gelo no Bryant Park e a caminhada pela ponte do Brooklyn. Mas as coisas que vêm com uma etiqueta de preço estão chocando os visitantes este ano. 

Os preços dos hotéis em Nova York atingiram novas máximas, com uma diária média de US$ 345 (cerca de R$ 2.080) nas últimas semanas, de acordo com monitoradores de preços. A cidade registrou sua taxa mensal mais alta de todos os tempos em setembro, quando os hotéis cobraram US$ 417 por noite (ou R$ 2.510), em média.

Os hotéis estão mais cheios do que há um ano, com quase nove em cada 10 quartos ocupados em novembro, de acordo com a CoStar. 

Passagens aéreas domésticas, passeios turísticos e muitos dos ingressos mais concorridos da Broadway estão em alta. Um ingresso para ‘O Rei Leão’ durante a semana de Ação de Graças custou cerca de US$ 221 (R$ 1.331,60) em média, mais que os US$ 192 (R$ 1.156,86) de cinco anos atrás, de acordo com a Broadway League.

Os custos de hospedagem estão provocando grandes mudanças para os viajantes que precisam controlar gastos. Alguns estão deixando de jantar em restaurantes, buscando atividades mais baratas ou reservando hotéis mais afastados do centro da cidade. Outros procuram aluguéis de quartos e apartamentos por meio das redes sociais, já que as regras recentes da cidade dificultaram encontrar estadias do Airbnb.

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Turistas com menos restrições de dinheiro, no entanto, estão gastando bem, determinados a encerrar a viagem sem arrependimentos.

Richard e Margaret Owens estimam que gastaram mais de US$ 25 mil em oito noites, incluindo voos de ida e volta em classe executiva de Brisbane, na Austrália, para Nova York. O casal achou que foi mais barato do que a visita do ano passado, porque não trouxeram a filha e a família dela.

Eles ficaram no Hard Rock Hotel, onde estimaram gastar entre US$ 5 mil (R$ 30,1 mil) e US$ 6 mil (R$ 36,2 mil) em diárias. Assistiram ao “Quebra-Nozes”, às Rockettes e foram aos shows da Broadway. Tomaram café da manhã no Tiffany’s Blue Box Café e passearam pelo Central Park em uma carruagem.

“Não há nenhum lugar no mundo com um Natal como o de Nova York”, disse Margaret Owens depois da última visita à Árvore de Natal do Rockefeller Center. “Há muita animação. Há alegria. E as pessoas são muito amáveis.”

Cesare Bassoli, ao centro, vindo da Itália, faz uma foto enquanto Roberta Graziani observa, na Times Square em Nova York, EUA. Foto: Daniel Acker/Bloomberg

Colapso da Big Apple

Dados da empresa de reservas de viagens Hopper mostram que a diária média para estadias em Nova York a partir de 23 de dezembro até primeiro de janeiro custa US$ 430, com o preço inferior dos quartos por volta de US$ 300 (R$ 1.807,6) por noite. 

O custo médio de uma diária durante o mesmo período em outras grandes cidades varia de US$ 107 (R$ 644,71) em Las Vegas a US$ 392 (R$ 2.361,92) em Miami Beach, na Flórida. 

Laci Volcheck e seu marido visitaram Nova York em setembro com seus dois filhos pequenos, e quando voltarem no final deste mês, ficarão no mesmo hotel sem as crianças. 

Eles encurtaram o itinerário para uma noite, que deve custar cerca de US$ 600 (R$ 3.615,18), em meados de dezembro. Em setembro, gastaram um total de pouco menos de US$ 400 (R$ 2.410,12) para uma estadia de duas noites.

Volcheck, que mora em um subúrbio de Akron, em Ohio, espera fazer algumas compras de fim de ano na Hermès e na Cartier, entre outras lojas, além de visitar pontos turísticos das festas de fim de ano.

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“Com o dinheiro que pretendo gastar em compras, tive que cortar custos em algum lugar”, disse ela.

Brittney Neal, que se descreve como uma “nerd de pontos e milhas”, aproveitou as recompensas para baratear o custo de uma curta viagem a Nova York com uma amiga.

Neal, dona de casa que mora em Bakersfield, na Califórnia, disse que a dupla usou 87 mil pontos para sua atual estadia de quatro noites em um Hyatt perto do Central Park South. Elas não querem perder nada do itinerário que traçaram, mas planejam gastar menos com comida.

“Dá para achar um pedaço de pizza barato, mas não um ingresso barato para subir ao topo do Empire State Building”, disse ela.

Pessoas sentadas acima do estande da TKTS na Times Square em Nova York, EUA. Foto: Andrew Harrer/Bloomberg

Contabilizando o total

Sydney Sheldon, de 30 anos, criadora de conteúdo de viagens que vive em Londres, visita Nova York duas vezes por ano para fazer vídeos para seus seguidores. Durante sua visita de dez dias no período de Ação de Graças, ela acompanhou o aumento dos custos em toda a cidade. 

Dividiu sua estadia entre alguns hotéis de luxo, onde as diárias agora chegam a US$ 1 mil (R$ 6 mil) com taxas, cerca de 30% a mais do que pagou nos anos anteriores. Um trajeto de 25 minutos de Uber ao meio-dia do Upper East Side para Greenwich Village custou US$ 70 (R$ 421,77). 

“Não quero gastar US$ 50 (R$ 301,26) em um Uber apenas para comprar uma salada de US$ 22 (R$ 132,56)”, disse. Ela não veio com familiares ou amigos porque sabia que seria muito caro para eles — uma mudança em relação aos anos anteriores, quando as viagens a Nova York eram um programa de grupo.

A demanda é maior na cidade do Dia do Trabalho (início de setembro) até o Ano Novo, observou uma porta-voz da NYC Tourism and Conventions, o braço de turismo da cidade. Ela acrescentou que o custo das viagens está aumentando em todos os lugares e não se limita a Nova York.

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Heather McKay visitará a Big Apple no fim de semana antes do Natal junto com seu marido, a filha adolescente e três membros de sua família. Eles moram perto da Filadélfia e visitam regularmente a cidade.

Seu hotel — um Courtyard by Marriott localizado a poucos passos da Penn Station — está cobrando cerca de US$ 450 (R$ 2.711,38) de diária, disse ela. O grupo estava considerando um cruzeiro turístico com tema natalino em Manhattan, mas teriam de desembolsar cerca de US$ 1 mil (R$ 6 mil), incluindo impostos e taxas. 

Como alternativa, McKay disse que está pensando em patinar no gelo no Wollman Rink do Central Park. A entrada e o aluguel dos patins somam US$ 50 (R$ 301,26) por pessoa.

“É muito difícil para nós reservar coisas porque a maioria está esgotada. E o que não está esgotado, o preço é simplesmente astronômico”, disse McKay.

Escreva para Jacob Passy em [email protected] e Dalvin Brown em [email protected]

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