Colunistas
As startups atingidas por ondas de demissões
Mais uma bolha ‘ponto com’ começa a esvaziar.
Vivemos uma situação desafiadora, na qual tivemos que nos adaptar muito rapidamente a um cenário onde o dinheiro era barato, ou praticamente de graça, para um ambiente de políticas monetárias restritivas, elevação significativa da taxa de juros e redução dos investimentos.
É neste novo cenário de liquidez mais restrita que mais uma bolha “ponto com” começa a se esvaziar.
Empresas de tecnologia e startups pelo mundo passaram a rever suas projeções de crescimento, onde os analistas falam em “momento de correção”, após o boom ou a euforia desmedida dos últimos cinco anos.
Essas organizações com avaliações recordes e planos de expansão ambiciosos estão anunciando o congelamento das contratações e demissões generalizadas.
De acordo com estatísticas baseadas em dados do Layoffs.fyi, entre janeiro e abril de 2022, as startups relataram 13.900 cortes de empregos, as demissões atingiram mais 17 mil funcionários em maio, cerca de 16.660 em junho e mais 16.200 em julho. Em agosto de 2022, as demissões caíram, mas ainda em um patamar elevado de 12.800.
795 empresas de tecnologia anunciaram demissões em massa em 2022
Total de 121.667 funcionários demitidos.
Para os que desejam saber até onde a desaceleração dos investimentos e a necessidade de ajuste dos custos pode impactar a área de tecnologia, sugiro que leiam com atenção a carta “Economic Downturn”, enviada aos fundadores das startups em maio, por uma das maiores aceleradoras do mundo, a Y Combinator.
Veja um trecho
“Saudações, fundadores do YC,
Ninguém pode prever o quão ruim a economia ficará, mas as coisas não parecem boas.
O movimento seguro é planejar para o pior. Se a situação atual é tão ruim quanto as duas últimas crises econômicas, a melhor forma de se preparar é cortar custos e ampliar sua pista nos próximos 30 dias. Seu objetivo deve ser Default Alive…”
Claudia Kodja, mentora da Liga dos Empreendedores da FGV, membro da Copenhagen Institute for Futures Studies e gestora executiva da Kodja Escola de Negócios. |
As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação.
Veja também
- Nosso futuro com o metaverso
- Como a corrupção e o clientelismo afetam os seus negócios
- As diferenças entre gestão pública e privada
- 6 estratégias para o seu negócio em tempos de instabilidade da inflação
- Como as taxas de juros são definidas?
- 3 conceitos econômicos que você precisa conhecer