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O momento é favorável para quem quer sair da renda fixa e entrar na variável?

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Pergunta de Fábio Amorim: “A economia atual apresenta um bom cenário pra quem quer sair da renda fixa e entrar na variável?”

Resposta de Felipe Spritzer * : “O Brasil de fato passa por um bom momento econômico, com melhora do grau de risco do país, desemprego em queda, redução da taxa básica de juros (Selic) e um fortalecimento do país como agente econômico internacional. Entretanto, isso não significa que você deva sair da renda fixa para aumentar sua exposição em renda variável, porque essa é uma questão mais complexa do que a maioria das pessoas imagina.

B3 (Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg)

Quando falamos de investimentos, precisamos entender que estamos lidando com risco, que em finanças significa o quão incertos serão os resultados em períodos de curto, médio ou longo prazo. A grande diferença é que na renda fixa o grau de risco, ou incerteza, é bem menor do que na renda variável. Por isso, aumentar o peso que as ações ocupam na sua carteira significa aumentar a incerteza.

Embora isso tenda a se traduzir em retornos mais altos no futuro, esse nem sempre será o caso. Por isso, quando falamos de ações, é bom ter um horizonte de pelo menos dez ou quinze anos pela frente, para que mesmo que você comece a resgatar esses valores no auge de uma crise, você ainda tenha obtido resultados finais mais altos do que na renda fixa.

Então, respondendo à pergunta de forma mais direta, você só deveria sair da renda fixa e entrar na renda variável se você planeja manter essa alocação pelos próximos vários anos. Isto é, se você não estiver entrando só porque a bolsa está indo bem e planeja ficar na bolsa mesmo quando ela estiver indo muito mal. Porque esse é o risco que essa classe de ativos te exige em troca do potencial de retornos mais altos no futuro.


Essa talvez não seja a resposta que muitas pessoas gostariam, mas acredito que é a mais correta porque reconhece os riscos que existem no mercado de renda variável e o impacto negativo que podem ter nas suas finanças. Na medida em que investimos para conquistar nossos objetivos, precisamos lembrar que a renda variável só é adequada para objetivos de longo prazo.

Contudo, isso não significa que não existam caminhos que permitam aumentar os rendimentos potenciais sem incorrer nos riscos da renda fixa. Fundos de investimento em renda fixa, assim como títulos bancários (CDB, LCI e LCA), permitem ampliar os ganhos dessa classe em períodos mais curtos. Entretanto, nesse caso, o ideal é contar com a ajuda de profissionais com qualificação e livres de conflito de interesse, para conseguir acessar os melhores produtos e taxas do mercado.”

*Felipe Spritzer, especialista em investimentos, fundador e CEO da Portfel, empresa de consultoria de investimentos do Grupo Primo

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