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O que acontece quando um fundo de investimento fecha?

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Pergunta do leitor: O que acontece quando um fundo de investimento fecha? Devo me preocupar?

Resposta de Rejane Tamoto*:

Investir em um fundo de investimento é como morar em um condomínio. Mas em vez de se tornar um condômino, o investidor passa a ser um cotista, que terá acesso ao regulamento e deverá participar de assembleias para votar por eventuais mudanças.

Os fundos de investimentos são regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e também contam com a vigilância da Anbima, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais. Ambos observam se os fundos estão seguindo seus regulamentos e a legislação, para que não haja desvantagem para os investidores.

De acordo com a regulamentação dos fundos, há três motivos que podem causar seu fechamento. Os fundos podem fechar para:

  • resgate
  • receber novas aplicações
  • fechamento definitivo

Na maior parte dessas situações, o investidor é chamado a votar sobre a decisão em assembleia. Por isso, é importante acompanhar os comunicados e chamadas para votações, para saber se o fundo que investe está em uma dessas situações.

Quando um fundo fecha para resgate, o cotista não pode efetuar saques até a data prevista no anúncio de fechamento ou por tempo indeterminado. Após comunicar o fechamento do fundo, em cinco dias o gestor deve convocar uma assembleia com os cotistas para explicar as possibilidades e decidir sobre os próximos passos.

Os cotistas é que decidem se o fundo deve permanecer fechado por um tempo, se deve reabrir ou iniciar o pagamento dos resgates com o patrimônio atual do fundo. Se o fundo tem um percentual de investimento que ficou sem liquidez, ele fecha para resgate para não prejudicar os cotistas.

Quando não há liquidez, significa que não é possível resgatar sem prejuízo do valor investido. Numa situação como essa, o fundo pode ser obrigado a resgatar de um investimento que está negativo e ficar com um valor menor do que aplicou, apenas para pagar aqueles que sacaram. O fechamento para resgates pode ser uma decisão para proteger o dinheiro dos investidores individuais. 

Outra situação em que um fundo pode fechar é para captação, ou seja, novas aplicações. A decisão de não receber mais dinheiro pode estar ligada à estratégia do fundo para gerar mais retorno aos investidores. Então, se ele alcança um determinado patrimônio pode fechar para novas aplicações.

Nesse caso, o gestor determina o volume de recursos que permite a ele a agilidade para entrar e sair de investimentos com potencial de gerar lucro, de acordo com a possibilidade de resgate deles sem perda de valor.

O fechamento para captação também pode ser uma estratégia de marketing, pois os investidores, sabendo que não terão tantas oportunidades de retornar, tendem a manter os recursos no fundo por mais tempo, evitando uma onda de resgates em momentos ruins do mercado.

A terceira situação é a de fechar para captações e resgates por algum motivo importante, como um forte prejuízo que force o gestor a reformular a carteira, mas isso é realizado com a aprovação dos cotistas. Nesta situação, os investidores não podem aplicar nem sacar até que os problemas sejam direcionados.

É importante lembrar que os recursos em fundos não estão cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Por isso, uma boa maneira de avaliar um fundo de investimento antes de aplicar é pesquisar sobre ele no site da CVM, na área Fundos de Investimentos.

* Planejadora Fiduciária da Fiduc.

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