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SUVs brilham em meio à crise da indústria no Brasil

Utilitários esportivos se aproximam da liderança de vendas e indicam crescimento da categoria nos próximos anos.

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Faz tempo que os SUVs deixaram de ser um fenômeno de vendas. O segmento não só já se consolidou como vai ditar o futuro da indústria automotiva em vários países – inclusive no Brasil.

Embora os utilitários esportivos (nome em português para “Sport Utility Vehicle”, daí a sigla em inglês) façam sucesso em todas as partes do mundo, o Brasil parece ter um apreço especial por esses modelos.

Neste ano, segundo a lista de emplacamentos da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), nada menos do que quatro SUVs figuram na lista dos 10 modelos mais emplacados no país. Se aumentarmos o escopo para o top 20, o número sobe para nove modelos.

Em setembro, por exemplo, Jeep Compass e VW T-Cross ocuparam o 2º e 3º lugares, respectivamente. No mês, ambos venderam mais do que o Fiat Argo, simplesmente o vice-líder de vendas no resultado acumulado em 2021.

O resultado é ainda mais contundente no ranking das vendas diretas. De janeiro a setembro deste ano, os Jeep Renegade e Compass fazem a dobradinha com 41.604 e 39.992 unidades emplacadas, respectivamente.

Os dois carros (que na maioria das versões custam mais de R$ 100 mil) estão à frente do VW Gol, um modelo popular que tradicionalmente é muito procurado por empresas.

Jeep: do quase ostracismo para o topo

Quem soube aproveitar a onda dos SUVs como ninguém foi a Jeep. A marca, que amargava resultados discretíssimos em mercados como o Brasil, mudou da água para o vinho sob administração do grupo FCA.

A empresa traçou uma ousada estratégia de imagem de marca no mundo inteiro, e nosso país assumiu um protagonismo nesse plano. Por aqui, a Jeep teve quase um relançamento, ressaltando os atributos de uma marca que virou sinônimo de categoria (a palavra ‘jipe’ está até no dicionário…), mas que andava longe dos holofotes.

Foram investidos R$ 7 bilhões na construção da fábrica em Goiana (PE), uma das mais modernas do grupo FCA (agora Stellantis) até os dias atuais.

Os lançamentos dos modelos Renegade e Compass consolidaram a imagem da marca no país, e os resultados logo apareceram. Hoje, os dois modelos ocupam o primeiro lugar em seus segmentos, e a Jeep já é a quinta maior fabricante de automóveis do país, deixando para trás marcas como Toyota, Renault e Honda.

Sem dúvida é uma façanha e tanto para uma empresa que oferecia apenas dois produtos de uma mesma categoria. Porém, a estreia do Commander (primeiro modelo de sete lugares vendido por aqui) deve reforçar o poder de fogo e ampliar o domínio da Jeep.

Tem espaço para todos?

A Volkswagen também está aproveitando a popularização dos SUVs. Embora tenha sido a última das grandes montadoras a entrar no segmento, a empresa soube tirar o atraso com uma linha robusta de produtos.

Hoje, a fabricante alemã vende os modelos Nivus, T-Cross, Taos e Tiguan Allspace. Este último, aliás, está temporariamente fora do catálogo, mas apenas enquanto a linha 2022 não desembarca por aqui com leves mudanças no visual e no conteúdo. Isso deve acontecer até meados do ano que vem.

Enquanto isso, T-Cross e Nivus obtêm bons números, ao passo que o Taos ainda não conseguiu ameaçar o reinado do Jeep Compass. Sorte da Toyota, que consolidou o Corolla Cross na vice-liderança dos SUVs médios.

Outra marca do grupo Stellantis, a Fiat também é novata no mundo dos SUVs. Mas tudo indica que a empresa começou com o pé direito. De acordo com a marca, mais de 5.500 unidades foram reservadas nos quatro primeiros dias de pré-venda. Apenas nas primeiras 48 horas, mais de 4 mil veículos foram reservados. As primeiras unidades serão entregues a partir de novembro.

Obviamente, tamanho sucesso animou a empresa, que já trabalha no lançamento de seu segundo SUV. O modelo ainda sem nome definido será baseado no Cronos e terá uma carroceria no estilo SUV cupê. A estreia está prevista para 2022.

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