Economia

5 fatos para hoje: Bolsa Família de R$ 400; poupança capta R$ 6,37 bilhões

A aplicação financeira registrou o quarto mês seguido de desempenho positivo.

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1- Governo está sem espaço para Bolsa Família de R$ 400

Mesmo se conseguir mudar a Constituição para parcelar as dívidas de precatórios (valores devidos a empresas e pessoas físicas após sentença definitiva na Justiça) em 2022, o governo não trabalha com a possibilidade de aumentar o Bolsa Família para R$ 400, como cogitou o presidente Jair Bolsonaro esta semana.

A medida provisória que cria o rebatizado Auxílio Brasil está pronta e será enviada ao Congresso sem estabelecer um novo valor para o benefício, porque depende do espaço no teto de gastos (a regra que atrela o crescimento das despesas à inflação) a ser aberto pela PEC dos Precatórios.

Integrantes do governo têm enfatizado que não há plano B: sem o parcelamento dos R$ 90 bilhões de precatórios previstos para o próximo ano, não haverá condições para dar aumento nenhum para o Bolsa Família em 2022, ano de eleições. Mais do que isso, despesas correntes como o pagamento dos salários do funcionalismo e, até mesmo, benefícios previdenciários poderiam ficar ameaçadas pelo gasto judicial – classificado no começo da semana pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como um “meteoro”.

Por isso, o governo foi obrigado a recuar do anúncio de novos valores para o programa social. No Auxílio Brasil, cujo nome pega carona na marca do auxílio emergencial, o benefício médio deveria passar dos atuais R$ 190 para algo entre R$ 270 e R$ 300. Mesmo se a PEC dos Precatórios for aprovada pelo Congresso, a equipe econômica ainda trabalha com esses valores.

Nesta semana, Bolsonaro disse que o governo estaria fazendo esforços para dar um aumento de até 100% no Bolsa Família, para algo próximo de R$ 400, mas fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast admitiram que esse reajuste é inexequível. Mesmo com o parcelamento dos precatórios, não haveria espaço dentro do teto de gastos para um aumento maior que os R$ 300 que já vinham sendo discutidos.

Mesmo assim, Bolsonaro voltou a repetir a promessa ontem. “Tenho de ser cauteloso (com recursos), mas vamos levar o Bolsa Família no mínimo para R$ 300, podendo chegar a R$ 400”, afirmou à Rádio 96 FM, de Natal (RN). Ele disse que o novo programa deve entrar em vigor em novembro ou dezembro, coincidindo com o fim do auxílio emergencial. A lei eleitoral proíbe a reformulação do Bolsa Família em 2022.

2- Biden quer tornar metade da indústria automobilística dos EUA elétrica até 2030 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu um passo adiante nesta quinta-feira em direção a seu objetivo de cortar as emissões de gases causadores do efeito estufa pelo país, com um decreto presidencial para fazer com que metade dos veículos vendidos em 2030 sejam elétricos, uma atitude tomada com o apoio das maiores fabricantes de veículos. 

O governo também propôs novas regras para emissões veiculares nesta quinta, para cortar a poluição até o ano de 2026, começando com um aumento de 10% no rigor em modelos ano 2023. 

“O futuro da indústria automotora norte-americana é elétrico”, disse Biden. 

As duas medidas são parte de um plano mais amplo de Biden para combater as mudanças climáticas, neste caso atacando as emissões de carros e caminhões, trabalhando para tornar os EUA um líder industrial enquanto outros países agem de maneira agressiva para dominar o mercado de veículos elétricos.

A meta de 50%, que não é vinculante legalmente, conquistou o apoio das fabricantes norte-americanas e internacionais, que disseram que o objetivo irá exigir bilhões de dólares em financiamento governamental.

Após assinar o decreto presidencial nos gramados da Casa Branca, Biden embarcou em um Jeep elétrico, que pilotou de maneira rápida pelo terreno, inclusive buzinando em um momento para avisar as pessoas que estava chegando. 

A General Motors, a Ford Motor e a detentora da Chrysler, a Stellantis, afirmaram em uma nota conjunta que aspiram “atingir um volume de vendas de 40-50% de veículos elétricos até 2030”.

3- Apple lança sistema que fiscaliza imagens de abuso infantil

A Apple disse nesta quinta-feira que adotará um sistema para verificar fotos em iPhones nos Estados Unidos e identificar se elas coincidem com imagens conhecidas de abuso infantil antes de serem enviadas ao serviço de armazenagem iCloud.

Se imagens de abuso infantil forem detectadas no envio ao serviço, a Apple iniciará uma revisão humana e denunciar o usuário a autoridades, afirmou a empresa. A Apple afirmou que o sistema é projetado para reduzir falsos positivos para 1 caso a cada trilhão.

Outras companhias como o Facebook usam tecnologia semelhante para detectar e denunciar casos de abuso infantil.

O sistema da Apple usa banco de dados mantido por autoridades de imagens de abuso infantil conhecidas e as traduz para “hashes”, códigos numéricos que correspondem à cada imagem, mas que não pode ser usado para reconstruí-la.

A companhia fez sua própria implementação do sistema, projetada para detectar imagens editadas, mas similares às imagens originais no banco de dados.

Quando o usuário envia uma imagem ao iCloud, o iPhone cria uma hash da imagem e a compara com o banco de dados. As imagens armazenadas no aparelho não são analisadas, disse a Apple.

Um aspecto importante do sistema é que a Apple checa a imagem antes dela ser transmitida ao iCloud, em vez de fazer isso depois que ela é armazenada nos servidores.

No Twitter, defensores da privacidade e especialistas em segurança afirmaram que o sistema poderá ser eventualmente expandido para bisbilhotar aparelhos em busca de conteúdo genérico considerado como ilegal ou que tenha conteúdo político.

“Independente de eles (Apple) estarem certos ou errados, este sistema abre a porteira para que governos exijam a instalação dele para todos”, disse Matthew Green, pesquisador de segurança da Universidade Johns Hopkins.

4- Poupança: depósitos superam retiradas pelo quarto mês seguido

Impulsionada pela nova rodada de pagamentos do auxílio emergencial e pela alta recente nos juros, a aplicação financeira mais tradicional dos brasileiros registrou o quarto mês seguido de desempenho positivo. Em julho, os brasileiros depositaram R$ 6,37 bilhões a mais do que sacaram na caderneta de poupança, informou hoje (5) o Banco Central (BC).

Apesar do desempenho positivo, a captação é inferior à registrada em julho do ano passado. Naquele mês, os brasileiros tinham depositado R$ 28,14 bilhões a mais do que retiraram da poupança.

Com o desempenho de julho, a poupança acumula retirada líquida de R$ 10,16 bilhões nos sete primeiros meses do ano. Esta é a maior retirada acumulada para o período desde 2019, quando os saques tinham superado os depósitos em R$ 16,1 bilhões.

O principal responsável pelo resultado positivo na poupança foi a retomada do pagamento do auxílio emergencial. A Caixa Econômica Federal depositou o dinheiro em contas poupança digitais, que acumulam rendimentos. Nesta rodada, o benefício paga parcelas de R$ 150, R$ 250 e R$ 375 por mês, dependendo da família do beneficiário.

No ano passado, a poupança tinha captado R$ 166,31 bilhões em recursos, o maior valor anual da série histórica. Além do depósito do auxílio emergencial nas contas poupança digitais ao longo de oito meses em 2020, a instabilidade no mercado de títulos públicos nas fases mais agudas da pandemia de covid-19 atraiu o interesse na poupança, mesmo com a aplicação rendendo menos que a inflação.

Com rendimento de 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia), a poupança rendeu apenas 1,72% nos 12 meses terminados em julho, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado prévia da inflação, atingiu 8,59%. O IPCA cheio de julho será divulgado na próxima terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

5- Guedes reafirma compromisso com desenvolvimento sustentável

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou hoje (5) o apoio às medidas do governo federal para alcançar as metas de desenvolvimento sustentável assumidas internacionalmente. Ele recebeu a visita do presidente da 26ª Conferência das Partes (COP-26) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC), Alok Sharma, e do embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Wilson.

Durante a conversa, o ministro destacou a elevada participação da energia sustentável na matriz energética brasileira e disse que o Ministério da Economia continua a apoiar as medidas do governo para cumprir os compromissos acertados com as Nações Unidas e outros fóruns internacionais.

Guedes também afirmou que a equipe econômica tem promovido medidas para melhorar o ambiente de negócios no país. O presidente da COP-26 relatou ao ministro brasileiro as atividades no Reino Unido para promover o desenvolvimento sustentável. Entre as ações citadas, está o significativo aumento da geração de energia eólica, em lugar da geração a partir de fontes térmicas.

Órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, a Conferência das Partes (Conference of the Parties, COP) reúne todos os países signatários da Convenção-Quadro. Nos encontros, os participantes avaliam os progressos e as dificuldades em relação às mudanças climáticas, além dos impactos causados por essas mudanças nos âmbitos econômico, ambiental e social.

(*Com informações de Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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