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Com Selic a 5,25% ao ano, dá pra ‘surfar’ com a marcação a mercado?

Em meio ao cenário de alta dos juros previsto até o fim de 2021, qual título é o mais atraente: um título público atrelado à inflação, ou um atrelado à taxa Selic?

Mais uma reunião do Copom e mais uma alta na taxa básica de juros. Pela quarta vez consecutiva, o Banco Central subiu a Selic. Dessa vez foi de 1 ponto percentual – de 4,25% para 5,25% ao ano.  O que significa que será bem mais fácil para os investidores mais conservadores ganharem dinheiro nas aplicações de renda fixa.

E dado essa mudança nos juros, qual título é o mais atraente para esse perfil de investimento: um título público atrelado à inflação, ou um atrelado à taxa Selic? Ou ainda: será que dá pra surfar na marcação à mercado de forma positiva? Se sim, qual ou quais títulos são os mais indicados?

O mercado como um todo teve uma surpresa com o comportamento da inflação, o que consequentemente fez com que aumentassem as projeções da elevação da taxa Selic até o fim deste ano. Aguarda-se uma taxa de juro na casa dos 7% ao ano até o encerramento de 2021. Isso acontece porque quando o Banco Central aumenta a taxa de juros, o crédito fica mais caro. E como consequência, o consumo cai e os preços ficam contidos.

A questão agora a saber é até onde vai essa alta. E em meio a este cenário, os títulos atrelados á inflação são bem atrativos. A previsão média no fim de julho era de que a inflação acelerasse 6,5% ao ano em 2021, acima da meta oficial de 3,75%. O que significa que estes papéis servem como proteção: quem tiver títulos lastreados na inflação vai conseguir proteger da alta pelo menos parte do seu patrimônio.

Porém, os títulos indexados à inflação requerem mais atenção do investidor, já que são ótimos para objetivos de longo prazo. Eles garantem uma rentabilidade superior à inflação acumulada entre o período da aplicação até o vencimento devido aos juros reais. Mas justamente por serem influenciados pela marcação a mercado, estes são títulos que apresentam uma variação negativa momentânea em situações de alta na curva de juros causadas por maiores incertezas no Brasil.

Neste caso específico, quem já tem o título vê seu investimento se desvalorizar, porém, consegue encontrar taxas mais atraentes para fazer novos aportes. Mas uma vez que só resgate o título no vencimento, a marcação não afeta a rentabilidade, que inclusive estará com uma remuneração acima da inflação.

Segundo os analistas Eduardo Perez, da Easynvest Ny Nubank, e Marília Fontes, da Nord Research, com a atual alta da Selic, não existe muito espaço para aproveitar a marcação a mercado a favor dos investimentos.

Isso acontece porque a taxa Selic afeta a parte curta da curva de juros, enquanto os títulos do tesouro como o IPCA+ e os prefixados sofrem mais com a parte média e longa da curva de juros. Porém, tanto o IPCA+ como os prefixados são inclusive usados nessa estratégia de ganhos pela marcação a mercado. Mas no momento, o mercado está volátil e com mais incertezas do que certezas a médio e longo prazo.

Segundo Perez, uma situação possível é a inflação ficar controlada no curto prazo, com reflexo na desaceleração dos índices de inflação IGP-M, IPP e IPCA acumulados em 12 meses. Outra possibilidade é a diminuição dos riscos político e fiscal, o que faz a percepção de risco de médio e longo prazo diminuir. E como consequência, os juros exigidos devem acompanhar essa queda. Mas essa é uma chance muito baixa de acontecer, segundo o analista.

Já Fontes reiterou que o investidor só consegue se beneficiar da marcação a mercado quando as taxas dos títulos caem. Mas neste momento, o que acontece é o reverso: as taxas estão subindo.

Sendo assim, qual é o título mais indicado tendo em vista ao atual cenário?
Samy Dana e Dony De Nuccio mostram quais são os investimentos mais indicados para não correr o risco da marcação a mercado.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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