Economia

5 fatos para hoje: lucro do Itaú Unibanco cai 29%; e outros balanços

O presidente do Itaú Unibanco aposta no provisionamento para conter a inadimplência.

Publicado

em

Tempo médio de leitura: 6 min

1 – Itaú Unibanco tem lucro recorrente soma R$ 5,030 bilhões no 3º trimestre

O Itaú Unibanco (ITUB4) registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,030 bilhões no terceiro trimestre de 2020, 29,7% menor em relação ao mesmo período do ano passado, quando totalizou R$ 7,156 bilhões, devido ao grande colchão contra perdas montado no contexto da pandemia. Apontando para uma retomada da economia, o resultado foi 19,6% melhor do que o trimestre imediatamente anterior. O resultado ocorre diante de menores despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa, especialmente vindo do banco de atacado do Itaú.

LEIA MAIS: Veja as ações recomendadas para novembro pelos analistas da Easynvest

No intervalo entre janeiro e setembro, o lucro líquido recorrente do Itaú atingiu R$ 13,148 bilhões, redução de 37,6% em relação ao mesmo período do ano passado, ainda como efeito do aumento do colchão contra perdas.

“A melhora de resultados neste trimestre reflete uma sensível recuperação da atividade econômica, ao mesmo tempo em que ainda contempla a necessidade de provisionamento para fazer frente à possibilidade de maior inadimplência no futuro. Este cenário poderá ser atenuado se os agentes de mercado estiverem mais seguros quanto à capacidade do governo de estabilizar a situação fiscal“, afirmou no documento que acompanhou o demonstrativo financeiro do maior banco privado da América Latina, o presidente do Itaú Unibanco, Cândido Bracher, que ficará no cargo até fevereiro de 2021, quando será substituído com Milton Maluhy Filho, hoje vice-presidente da área de Finanças do banco.

2 – TIM tem lucro líquido normalizado de R$ 390 milhões no trimestre, baixa de 21%

A TIM (TIMP3) obteve lucro líquido normalizado de R$ 390 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 21% em comparação com o mesmo período de 2019, de acordo com balanço publicado nesta terça-feira (3). No entanto, o lucro poderia ter sido 60% maior se não fosse o descasamento na contabilidade de itens tributários, informou a operadora.

Isso porque o balanço do terceiro trimestre do ano passado contabilizou a declaração de juros sobre capital próprio, que gerou um crédito fiscal e inflou o lucro naquele período, levando a uma base de comparação mais alta. Em 2020, esse efeito ficou para o quarto trimestre.

A comparação fica mais “limpa” na avaliação do Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), que não considera tais efeitos tributários. O Ebitda normalizado atingiu R$ 2,073 bilhões no terceiro trimestre de 2020, leve crescimento de 0,8% ante o mesmo intervalo de 2019. A margem Ebitda diminuiu 0,2 pontos porcentuais, para 47,3%.

3 – Minerva registra lucro líquido de R$ 58,3 mi no trimestre e reverte prejuízo

A Minerva Foods (BEEF3) informou nesta terça-feira (3), que registrou um lucro líquido de R$ 58,3 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo um prejuízo de R$ 82,7 milhões reportado em igual período de 2019. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Minerva no terceiro trimestre do ano alcançou R$ 554,2 milhões, alta de 21,9% sobre os R$ 454,5 milhões verificados no mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda foi de 10,8%, ante 10,1% no terceiro trimestre do ano passado.

A receita líquida obtida entre julho e setembro somou R$ 5,137 bilhões, uma alta de 13,9% sobre os R$ 4,511 bilhões obtidos nos três meses do ano passado. No terceiro trimestre do ano, a receita bruta atingiu R$ 5,437 bilhões, alta de 13,5% na comparação interanual. Do total, a divisão Brasil foi responsável por 48% da receita bruta, o equivalente a R$ 2,6 bilhões, e Athena Foods, por 44% do total, isto é, R$ 2,4 bilhões.

O índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 2,2 vezes, o menor patamar dos últimos 12 anos, segundo a companhia. Um ano antes, o índice era de 3,8 vezes. Ainda segundo a empresa, o fluxo de caixa livre no trimestre, após despesas financeiras, capex e capital de giro, totalizou R$ 595,4 milhões, resultado positivo pelo décimo primeiro trimestre consecutivo, de acordo com a empresa.

4 – Senado aprova texto-base da autonomia do Banco Central por 56 votos a 12

O Senado aprovou, com 56 votos favoráveis e 12 contrários, o texto-base do projeto de autonomia do Banco Central. A medida é defendida por agentes do mercado financeiro e uma das bandeiras da equipe econômica do governo Jair Bolsonaro.

Após a votação do texto-base, os senadores vão analisar uma emenda apresentada pelo PT. O partido propõe quarentena de 12 meses para ex-diretores do BC assumirem cargos em instituições financeiras após deixarem o cargo – o texto aprovado prevê um prazo de seis meses.

Além disso, a emenda do PT estabelece uma quarentena “para trás”. Com base nessa regra, um diretor não poderia ser indicado se ocupasse no último ano cargos em empresas submetidas à regulação do Banco Central. A tendência no Senado é rejeitar a emenda e enviar o projeto para a Câmara dos Deputados.

5 – Congresso fala em acordo contra veto à desoneração da folha

Líderes do Congresso fecharam acordo para analisar, nesta quarta-feira (4), o veto do presidente Jair Bolsonaro à desoneração da folha salarial de 17 setores da economia. Os parlamentares prometem derrubar o veto. A análise do tema se arrasta há quatro meses, desde que Bolsonaro barrou a proposta de prorrogar o benefício por mais um ano, até o fim de 2021.

Bancadas da Câmara e do Senado têm pressionado o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a manter a votação independentemente de acordo com o governo. Desde julho, Alcolumbre tem agido para adiar votação em um aceno ao Palácio do Planalto. A equipe econômica, que defende a manutenção do veto, calcula em R$ 10 bilhões o impacto da desoneração em 2021 nas contas do governo.

Parlamentares farão nova reunião nesta quarta para bater o martelo sobre a pauta do Congresso. Além da desoneração, há outros vetos considerados polêmicos, como a trechos do novo marco legal do saneamento básico e do pacote anticrime – este último, na pauta desde o início do ano.

*Com Estadão Conteúdo

Mais Vistos