Economia

5 fatos para hoje: teto de gastos maior e EP Fibra se prepara para IPO

O espaço adicional no teto em 2022 está sendo visto como uma possível solução para o impasse no Orçamento deste ano, mas equipe econômica vê risco de falta de recursos.

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1- Economia prevê crescimento de R$ 106,096 bilhões do teto de gastos em 2022

Após um ano de impasse político diante das fortes restrições fiscais, o governo terá um espaço adicional de R$ 106,096 bilhões dentro do teto de gastos em 2022 – um crescimento de 7,14% em relação a este ano. A folga precisa absorver aumentos de despesas obrigatórias, como na Previdência, mas também pode ser usada para contemplar gastos com custeio e investimentos, inclusive patrocinados por parlamentares.

O espaço adicional no teto em 2022 está sendo visto como uma possível solução para o impasse no Orçamento deste ano. Em entrevista ao “Estadão”, o economista Manoel Pires, coordenador do Observatório Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), defendeu dar R$ 10 bilhões a mais em emendas parlamentares em 2022 para compensar o corte que precisa ser feito neste ano para equilibrar o Orçamento.

Durante a tramitação do Orçamento de 2021, o Congresso cortou R$ 29 bilhões em despesas obrigatórias, incluindo benefícios previdenciários, para turbinar ações patrocinadas pelos congressistas em seus redutos eleitorais. O problema é que, com os gastos subestimados, a equipe econômica vê risco de faltar recursos para honrar despesas que não são opcionais.

O cenário mais benigno do teto de gastos para 2022 já era previsto pela equipe econômica, após o descasamento de índices de inflação entre 2020 e 2021 ter pressionado o teto este ano.

O limite de despesas foi corrigido pela inflação acumulada até junho de 2020, de 2,13%, mas os benefícios sociais que consomem boa parte das despesas do governo cresceram mais que o dobro porque o INPC, índice que corrige esses gastos, subiu 5,45%.

Agora, a dinâmica deve se inverter: o teto será corrigido por uma inflação mais elevada (7,14%), para R$ 1,592 trilhão, enquanto os benefícios sociais devem ser corrigidos por um porcentual mais brando, pois a expectativa é que a inflação desacelere até o fim de 2021. Essa combinação abre espaço para despesas dentro do teto.

2- Energisa lança programa de recompra de ações

A Energisa (ENGI11) informou nesta quinta-feira, 15, a criação de um programa de recompra de ações. O programa visa a aquisição de Units para fazer frente às obrigações de programas de concessão de ações. A quantidade máxima de Units a ser adquirida é de até 1,1 milhão, representativas de 1,1 milhão de ações ordinárias e 4,4 milhões de ações preferenciais. O total equivale, respectivamente, a 0,30% e a 0,44% das ações atualmente em circulação.

O prazo máximo para aquisição de ações de emissão da companhia no âmbito do programa de recompra é de até 18 meses, a contar da aprovação pelo Conselho de Administração – , isto é, entre 16 de abril de 2021 e 16 de outubro de 2022. Cabe à diretoria definir as datas em que uma ou mais recompras serão executadas efetivamente. A instituição financeira que atuará como intermediária é a XP Investimentos.

A empresa informa possuir reservas de capital e de lucros, exceto a legal, no montante de R$ 3,279 bilhões.

3- Petrobras devolve Peroba à ANP

A Petrobras devolveu integralmente a área de Peroba, no pré-sal da Bacia de Santos, marcando o primeiro retorno de uma área arrematada em um leilão de partilha de produção, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta quinta-feira.

Peroba havia sido arrematada por um bônus fixo de R$ 2 bilhões, em 2017, por um consórcio formado pela Petrobras (operadora, com 40% de participação), em parceria a chinesa CNODC (20%) e a britânica BP (40%), na 3ª Rodada de licitações de áreas de exploração de petróleo no pré-sal.

Na oferta vencedora, o consórcio ofertou 76,96% de excedente em óleo à União, versus percentual mínimo de 13,89%.

4- A caminho do IPO, EB Fibra mira 200 alvos de aquisições

A provedora de banda larga em fibra óptica EB Fibra mapeou cerca de 200 empresas para aquisições no Brasil, enquanto se prepara para buscar recursos no mercado acionário para financiar seu plano de consolidação do setor no país, disse seu presidente-executivo, Pedro Parente.

“Queremos estar prontos o mais cedo possível”, disse Parente em entrevista à “Reuters” sobre planos para uma oferta inicial de ações (IPO) da empresa. Ele não mencionou quando a operação poderia ocorrer.

Parente, ex-presidente da Petrobras e atual presidente do conselho da BRF, vem liderando desde 2018 uma campanha de aquisições de pequenas empresas de fibra óptica em regiões densamente povoadas no país, onde a cobertura pelas gigantes de telecomunicações é precária ou inexistente.

O diagnóstico da companhia é que, dado os elevados custos exigidos para trocar estruturas antigas por mais modernas e sem a perspectiva de um retorno robusto dos investimentos para isso, Telefônica Brasil, TIM e Claro não devem gastar para ampliar suas coberturas, o que cria oportunidades para as pequenas empresas de fibra, um universo de cerca de 5,5 mil distribuídas pelo país.

Atualmente, a EB é dona da Sumicity, na região Sudeste do país, e da Mob Telecom, no Nordeste. Na semana passada acertou a compra da VipTelecom, da região metropolitana de São Paulo. Com isso, já montou uma estrutura de 73 mil quilômetros de fibra. Mais meia dúzia de aquisições estão contratadas para os próximos meses, o que deve levar a base de assinantes de 380 mil para 1 milhão até o fim do ano, com 1 bilhão de reais de receita.

5- Apple cria fundo para ‘florestas produtivas’, amplia esforço de reduzir carbono

A Apple criou um fundo de 200 milhões de dólares para investir em propriedades florestais produtoras de madeira que serão gerenciadas para ajudar a remover o carbono da atmosfera e de forma lucrativa, disse a empresa nesta quinta-feira.

No ano passado, a Apple estabeleceu a meta de neutralizar suas próprias emissões de carbono e a de seus fornecedores até 2030. Ela disse que 75% da redução virá da eliminação de emissões por meio de iniciativas como uso de energia solar.

A Apple e a organização sem fins lucrativos Conservation International serão parceiras no chamado “Fundo de Restauração”, no valor de 200 milhões de dólares, e o Goldman Sachs atuará como parceiro geral para gerenciá-lo. A Apple confirmou que será o maior investidor do fundo.

O fundo tem como meta gerar lucro investindo em propriedades florestais gerenciadas para produzir madeira comercial e aumentar a remoção de carbono. O objetivo é retirar cerca de 1 milhão de toneladas métricas de dióxido de carbono por ano.

(*Com informações de Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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