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A última pré-Trump: BC do Brasil e mais três países definirão juros nesta semana

Donald Trump toma posse como presidente do Estados Unidos em 20 de janeiro. Por isso, para Brasil, Austrália, Canadá e a Zona do Euro, essa semana é a última em que eles poderão posicionar sua política monetária antecipando possíveis impactos do novo governo do republicano, que levanta a perspectiva de tumulto comercial global.

Uma das expectativas é que a gestão Trump 2 traga uma onda potencial de tarifas.

A mudança iminente na América ajudará a consolidar uma fase particularmente desincronizada na política monetária, à medida que várias economias lidam com diferentes riscos de inflação.

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Donald Trump, presidente eleito dos EUA, em foto de novembro. Foto: Reuters/Brandon Bell

Agenda de reuniões

Na Austrália, os formuladores de políticas provavelmente manterão as taxas de juros inalteradas na reunião desta terça-feira (10).

Já seus colegas do Canadá, cautelosos com a perturbação no comércio que pode se materializar rapidamente da fronteira, podem reduzir a taxa em até meio ponto percentual no dia seguinte.

Também na quarta, o Copom do Brasil se reúne pela última vez no ano. O real foi atingido na semana passada pela ameaça de Trump de impor tarifas ao bloco dos Brics, e os oficiais estão prontos para aumentar os custos de empréstimos para conter a inflação crescente.

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E para os oficiais da Zona do Euro, que definem as taxas na quinta-feira (12), o foco está mudando rapidamente de monitorar os riscos persistentes de preços ao consumidor para se preocupar com as consequências do potencial impacto no comércio global. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e seus colegas estão prontos para reduzir a taxa em um quarto de ponto — assim como os suíços, cuja moeda atrai especuladores em tempos de estresse geopolítico.

“É altamente provável que o BCE reduza as taxas em 0,25 ponto na próxima reunião em 12 de dezembro, e os membros do Conselho de Governadores estão traçando linhas de batalha para o que seguirá em 2025”, avaliou David Powell, economista sênior da Bloomberg.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, fala enquanto participa de uma coletiva de imprensa sobre a reunião do Conselho do BCE, em Frankfurt, Alemanha, em 28 de outubro de 2021. REUTERS/Kai Pfaffenbach

Powell e o futuro do Fed

Essas decisões estão entre os destaques de um período de ação concentrada de política monetária, que antecede a decisão do próprio Federal Reserve americano, agendada para 18 de dezembro.

Os economistas estimam que elas podem levar os EUA a uma nova redução de 0,25 p.p. na taxa americana.

Neste domingo (8), o presidente eleito Donald Trump disse que não tem planos de substituir o presidente do Fed, Jerome Powell, assim que retornar à Casa Branca.

“Eu não vejo isso acontecendo”, respondeu ele ao ser perguntado se pediria para Powell renunciar, durante o programa Meet the Press da NBC. Foi sua primeira entrevista televisiva em rede desde que venceu a eleição nos EUA em novembro.

“Mas se eu pedisse, ele provavelmente não o faria”, completou o republicano.

Powell, cujo mandato como presidente do Fed expira em maio de 2026, já disse a repórteres no mês passado que não se afastaria antes do previsto, mesmo que Trump pedisse sua renúncia.

Poucos dias após a eleição, ele deixou claro que está pronto para defender a independência do Fed da pressão política, insistindo que o presidente eleito não tem o poder de demiti-lo nem outros líderes seniores do Fed.

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Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, dá entrevista coletiva após reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto. Foto: Getty Images/ Andrew Harnik
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