Economia
BC aprova 762 instituições para ofertar Pix a partir de novembro
O próximo processo de adesão de instituições participantes do PIX será reaberto a partir de 1° de dezembro de 2020
O Banco Central (BC) aprovou 762 instituições para ofertar o PIX, novo sistema de pagamentos instantâneos, a partir de 16 de novembro. O processo contemplou diversas instituições, como bancos, fintechs, empresas de pagamentos e financeiras. Todas passaram nos testes e estão habilitadas para ofertar a ferramenta de forma segura e respeitando os critérios do BC.
O primeiro processo de seleção encerrou no dia 16 de outubro de 2020, com a conclusão das etapas cadastral e homologatória.
O Banco Central afirmou que as 762 instituições aptas a ofertar o PIX reforçam que o novo formato de pagamento instantâneo é universal e são prova da competitividade que chega ao mercado, além do forte engajamento dos diversos agentes ao adotar o PIX.
Mais de 42 milhões de chaves
Até a segunda-feira (19), o BC recebeu 42.205.663 cadastros de chaves. A instituição também lembrou que não há confusão entre o cadastramento de chaves para pessoas físicas e jurídicas.
O próximo processo de adesão de instituições participantes do PIX será reaberto permanentemente a partir de 1° de dezembro de 2020.
Veja também: Entenda como o PIX deve mexer com as ações
O que muda?
O InvestNews consultou especialistas das áreas financeira e jurídica para entender o que de fato deve mudar com a chegada da ferramenta do BC. Veja abaixo cinco aspectos da vida cotidiana que devem mudar após a implantação do PIX:
1 – Pagar a conta de luz usando o QR Code
A Agência Nacional De Energia Elétrica (Aneel) informou no início do ano que pretende incluir o novo sistema de pagamentos nas cobranças de energia elétrica já em novembro, mês de estreia do sistema. A expectativa é de que isso agilize muito o pagamento de contas de modo geral, já que o dinheiro pago pelo consumidor vai direto para quem recebe (Neste caso, a empresa que fornece luz) sem precisar passar pela verificação de um banco ou qualquer intermediário.
2 – Adeus ao TED e ao DOC (mas só se você quiser)
Digitar código de barras para pagar uma conta? Esperar 24 horas pra ver o dinheiro cair na após um pagamento? Fazer uma compra por boleto e a loja levar até três dias para confirmar? Este tipo de sufoco vai ser coisa do passado com o PIX. Os tradicionais sistemas de pagamento bancário, o DOC e o TED, continuarão disponíveis para quem quiser usar, já que o novo sistema não será obrigatório. Mas acredita-se que a tendência é que eles entrem em desuso com o tempo, assim como aconteceu com o talão de cheques quando foi criado, em 2002 que apesar de impopular, continuou sendo usado por uma parcela da população por muitos anos.
3 – Pagar a conta do restaurante sem usar cartão
O PIX representa uma ameaça para as maquininhas de cartão? Não se sabe exatamente qual o impacto da ferramenta neste segmento, mas é certo que as coisas vão mudar. O fato de qualquer empresa não financeira poder se cadastrar no sistema do BC abre uma série de possibilidades. Uma delas, por exemplo, é poder sair de casa para jantar sem levar o cartão de crédito ou débito. Se o restaurante estiver cadastrado no PIX, ele pode passar a permitir que você pague a conta pelo sistema, usando seu celular, sem precisar abrir a carteira ou digitar uma senha, e sem precisar de um banco ou administradora de cartão como intermediário.
4 – Nunca mais pagar para transferir dinheiro
Já é certo, e confirmado pelo Banco Central, que o PIX vai ser gratuito para todas as pessoas físicas e microempreendedores individuais (MEIs). Então vai acabar essa história de ter que pagar para enviar seu dinheiro pra alguém — a menos que você continua preferindo fazer um TED bancário. Os bancos já se prepararam para perder receita com estes serviços. As instituições financeiras serão cobradas em R$ 0,01 (leia-se, 1 centavo) a cada 10 transações com o PIX. Elas poderão ou não repassar esse custo para as empresas que usarem o sistema.
5 – Menos dinheiro em circulação
Em um futuro não tão distante, especialistas acreditam que o PIX tem potencial de reduzir a quantidade de moeda física que circula no Brasil (que inclusive cresceu após o pagamento do auxílio emergencial). Em outros países, já existe até um movimento chamado cashless, como na China e na Europa, que pretende extinguir o uso do dinheiro vivo e torná-lo apenas digital. Cerca de 50 países já adotam sistemas semelhantes ao PIX, cada um com suas próprias regras, sendo assim uma tendência global.
*Com informações da Agência Brasil