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Ficou sabendo? Caoa Chery suspende demissões; Gafisa compra incorporadora e mais

A Robert Half apontou em relatório as principais mudanças nas estratégias de atração e retenção das empresas no pós pandemia.

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Gafisa acerta compra de incorporadora de luxo

A Gafisa anunciou nesta quarta-feira que assinou memorando de entendimentos para compra da incorporadora de alto padrão São José, por valor não revelado.
“Caso concluída, a operação envolverá uma composição entre uma parcela em espécie e assunção de dívidas, cujos valores finais ainda estão sujeitos a confirmação e due diligence”, afirmou a Gafisa em faot relevante.

Caoa Chery vai suspender demissões em Jacareí

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região informou nesta quarta-feira, 11, que a Caoa Chery concordou em suspender as demissões de cerca de 480 funcionários da fábrica de Jacareí (SP) e substituir a medida por um programa de lay-off. A empresa, porém, não confirmou a medida e disse que continua em negociação com a entidade.

Segundo o sindicato, a suspensão temporária de contratos entrará em vigor em 1º de junho e terá duração de cinco meses, e depois mais três meses de estabilidade no emprego, ou seja, continuarão ligados ao grupo até janeiro.

A entidade ressaltou ainda que os trabalhadores continuarão um movimento para que a fábrica não seja fechada. O grupo anunciou na semana passada que vai manter a planta fechada até 2025, período em que pretende preparar as instalações para produzir apenas carros híbridos e elétricos.
A unidade produzia o SUS Tiggo 3 – que saiu de linha – e o sedã Arrizo 6, que passará a ser importado da China. A produção, no entanto, estava parada desde meados de março, quando os funcionários desse setor entraram em licença remunerada.

O grupo emprega 627 trabalhadores na unidade do interior de São Paulo e tem também uma fábrica em Anápolis (GO), que continuará operando normalmente.
Com o acordo que teria sido feito nesta quarta-feira, 11, de acordo com o sindicato, os trabalhadores receberão salários na íntegra e continuarão com planos de saúde.

No lay-off, parte da remuneração é paga com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Inicialmente, a Caoa Chery queria demitir esse pessoal e pagar três salários extras, além das indenizações previstas em lei.

Manutenção da fábrica

O presidente do Sindicato, Weller Gonçalves, afirmou que levará à empresa a proposta de manter no local a produção do Arrizo 6, em vez de importá-lo. Ele disse temer que a empresa não cumpra a promessa de voltar a operar em 2025.

Os dirigentes sindicais pretendem pressionar os governos federal, estadual e municipal para que proíbam o fim das atividades da fábrica na cidade e já protocolou proposta de projeto de lei na Câmara Municipal de Jacareí para proibir o fechamento.

“Se os planos da Caoa Chery se concretizarem, 480 trabalhadores diretos serão demitidos e isso representa a perda de R$ 53 milhões em massa salarial circulando na cidade”, afirmou Gonçalves. No setor de autopeças, o impacto deve ser de R$ 37 milhões. Segundo ele, os dados do Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese).

Robert Half divulga tendências de remuneração

A Robert Half atualizou as principais tendências do seu Guia Salarial 2022. A companhia apontou em relatório como a pandemia acelerou tendências que ditam os rumos das relações de trabalho no mundo, e agora se estabilizam com a possibilidade da retomada do trabalho híbrido ou presencial. Segundo análise da Instituição, é importante que as companhias ajam com um olhar estratégico do ponto de vista de atração e retenção de talentos nessa tomada de decisão, para que se tornem opções competitivas para profissionais-chave.

A 14ª edição do Guia Salarial mostra que 89% dos recrutadores demonstram estar preocupados com a retenção dos melhores talentos em 2022. Entre os fatores que motivam esse alto índice de preocupação, 40% afirmam que há maior busca de mais qualidade de vida por parte dos colaboradores; 31% veem uma abordagem agressiva da concorrência; 26% acreditam que sua empresa não oferece salários e benefícios competitivos; e 25% percebem a desmotivação como fator que dificulta a retenção. 

“Essa preocupação dos recrutadores revela a importância de algumas atitudes das empresas para se manterem atrativas e competitivas aos olhos dos profissionais. É importante que elas invistam em políticas claras de trabalho, transparência das relações entre profissionais e lideranças, além de um bom pacote de benefícios e remuneração, condizentes com o mercado”, explica Mantovani.

Retomada da confiança e contratações

Apesar das preocupações de retenção, os executivos têm perspectivas bastante positivas para 2022. Segundo a pesquisa, 90% dos executivos c-level estão mais confiantes na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre as lideranças, 44% pretendem abrir novas vagas de trabalho; 52% planejam preencher posições abertas, embora não pretendam ampliar seu quadro de funcionários; e apenas 4% indicam a intenção de congelar as contratações.

Entre as ações em alta para potencializar a atração dos melhores talentos, os recrutadores destacam: oferta de mais oportunidades de desenvolvimento (57%); possibilidade de trabalho híbrido ou remoto (50%); oferta de mudança de cargo ou crescimento na empresa (47%); iniciativas de desenvolvimento (45%); e aumento dos salários de entrada (43%).

A busca do “work life blend”

A principal mudança nas estratégias de atração e retenção das empresas está ligada a uma preocupação cada vez maior de empregados e empregadores: o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, ou “work life blend”. A Robert Half apurou que 49% dos tomadores de decisão nas empresas acreditam que seus colaboradores estão mais propensos a sofrer de burnout em 2022. Os principais motivos para essa percepção são a falta de equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, assim como as altas cargas de trabalho.

Para motivar os colaboradores e tornar o ambiente de trabalho cada vez mais saudável, as companhias vêm investindo em: maior flexibilização de horários (55%); comunicação regular (51%); e benefícios associados à saúde e ao bem-estar dos colaboradores (35%). 

Setores de tecnologia e finanças seguem em alta

A aceleração da transformação digital e o crescimento do volume de processos de fusões e aquisições (M&A) têm movimentado bastante as áreas de TI, finanças e contabilidade. Nesse cenário, a retenção de talentos passou a ser considerada o principal desafio de 2022 para 48% dos CFOs e 53% dos CIOs entrevistados pela Robert Half. 

A transformação digital foi uma máxima do mercado ao longo dos últimos dois anos, e as indústrias, de modo geral, abraçaram os processos de inovação e desenvolvimento. Como resultado, todas as profissões que são tendência para o futuro absorvem o impacto da tecnologia nas relações de trabalho, o que demanda amadurecimento na análise de dados, facilidade na operação de sistemas e um maior entendimento das ferramentas digitais disponíveis”, afirma Mantovani.

Entre os diretores de TI, o cenário se torna mais desafiador diante do aumento do turnover, sentido por 54% dos líderes entrevistados. As “top 5” prioridades indicadas por eles são: segurança da informação; inovação e investimento em tecnologia; trabalhar com recursos 5G na estratégia de TI; automatizar processos; e projetos em nuvem.

Os diretores financeiros mostram-se especialmente empenhados em valorizar os colaboradores com inglês fluente, facilidade de comunicação e alto conhecimento de mercado e técnico, incluindo Excel, ERP e ferramentas de BI. Apesar dos desafios, a maioria desses executivos está confiante quanto aos rumos do próprio negócio.

Entre as indústrias que lideram as contratações de profissionais nesse segmento, estão: tecnologia, e-commerce, agronegócio, logística, infraestrutura, farmacêutica/healthcare e bens de consumo.

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*Com Reuters e Estadão Conteúdo

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