Economia
Ficou sabendo? Novas tecnologias para o lítio; acordo milionário da BlackBerry
Rio Tinto, GM e os EUA estão investindo em novas tecnologias que podem revolucionar a forma como o lítio é produzido para baterias de elétricos.
Acordo milionário
A BlackBerry disse nesta quinta-feira que acertou acordo para pagar 165 milhões de dólares e encerrar uma ação coletiva de mais de oito anos movida contra a empresa por supostamente fraudar acionistas ao exagerar o sucesso e a lucratividade do smartphone BlackBerry 10.
O pagamento, que ainda precisa de aprovação da Justiça, será feito para liquidar ações movidas em nome de investidores que compraram ações da empresa entre 28 de março de 2013 e 20 de setembro de 2013.
Os acionistas acusam a empresa de ocultar as verdadeiras perspectivas de vendas do BlackBerry 10 durante declarações públicas em 2013, resultando em um preço inflacionado das ações da companhia.
Processos judiciais que acusam empresas de enganar acionistas são comuns nos Estados Unidos, mas poucos vão a julgamento. Embora o BlackBerry 10 tenha recebido avaliações positivas dos críticos, o modelo nunca fez sucesso entre o público, que preferiu smartphones baseados em Android e iPhones, o que levou à decisão da BlackBerry de parar de fabricar telefones em 2016.
A empresa canadense atualmente tem como foco o mercado de segurança digital e o de sistemas operacionais para uso em veículos.
Novas tecnologias podem revolucionar lítio
Rio Tinto, General Motors e o Departamento de Energia dos Estados Unidos estão investindo em novas tecnologias que podem revolucionar a forma como o lítio é produzido para baterias de veículos elétricos.
Estas tecnologias agora precisam provar que podem funcionar em escala comercial.
Se funcionarem, as mineradoras poderão ampliar a oferta de lítio, com uma pegada ecológica diferente das presentes em minas a céu aberto e lagos de evaporação, em geral do tamanho de vários campos de futebol e alvos de críticas de ambientalistas.
Estas chamadas tecnologias de extração direta de lítio (DLE, na sigla em inglês) retiram o metal a partir dos lagos por meio de filtros, dispositivos cerâmicos ou outros equipamentos que normalmente podem ser armazenados em pequenos galpões. Mas elas normalmente usam muita água potável e eletricidade e nenhuma funcionou em escala comercial.
Montadoras globais, mineradoras e investidores estão despejando milhões de dólares em companhias DLE, apostando que poderão fornecer grande parte do lítio para os milhões de veículos elétricos planejados pelo setor automotivo.
“É uma virada no jogo. Há enormes oportunidades”, disse a secretária de Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, durante uma conferência sobre a tecnologia no mês passado.
O departamento de Granholm concedeu à Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, financiamento de 15 milhões de dólares para testar DLE no Lago Salton, na Califórnia, sob o qual estão grandes depósitos geotermais de lítio. O órgão também está considerando financiamento de outros projetos DLE.
A tecnologia desafia mineradoras como a Albemarle, maior produtora de lítio do mundo, e outras como Lithium Americas, ioneer e Piedmont Lithium.
A Albemarle está estudando várias tecnologias DLE, mas seus executivos afirmam que elas devem funcionar melhor quando planejadas para um depósito específico de lítio, o que reduz o entusiasmo de investidores.
Além disso, o uso de grandes volumes de água potável por vários tipos de tecnologias DLE tem causado preocupação. A tecnologia que a General Motors está confiando ser capaz de fornecer um “montante considerável” de suas necessidades de lítio na região do Lago Salton usa 10 toneladas de água para cada tonelada de lítio produzida.
Porém, a Lilac Solutions, apoiada pela BMW e pela Breakthrough Energy, de Bill Gates; desenvolveu um método que usa uma usina de dessalinização para filtrar água salobra, evitando o uso de água potável.
“Novas tecnologias são essenciais para a sociedade obter o volume de lítio necessário para os veículos elétricos”, disse o presidente-executivo da Lilac, Dave Snydacker.
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