Economia
Ficou sabendo? Plataforma cripto demite; Hurst Capital aposta em royalties musicais
E mais: Brasil fica de fora de rali em emergentes.
Plataforma cripto Kraken demitirá cerca de 1.100 funcionários
A plataforma de criptomoedas Kraken disse que cortará sua força de trabalho global em 30%, ou cerca de 1.100 funcionários, citando condições adversas de mercado que prejudicaram a demanda por ativos digitais neste ano.
“Desde o início deste ano, fatores macroeconômicos e geopolíticos pesaram nos mercados financeiros”, disse a empresa.
A Kraken afirmou que viu uma queda nos volumes de negociação e menos inscrições de clientes, acrescentando que, com as demissões, o número total de funcionários voltará ao nível de 12 meses atrás.
No início deste mês, a Coinbase demitiu funcionários das equipes de recrutamento e integração.
A Kraken, que anteriormente desacelerou as contratações e reduziu os gastos com marketing, disse que foi forçada a demissões, uma vez que esgotou outras medidas para alinhar as despesas com a demanda atual.
O colapso nas plataformas de criptomoedas arrastou o preço do bitcoin para cerca de uma mínima em dois anos.
Desde então, os reguladores globais têm abordado as empresas de criptomoedas, sendo que muitos buscam estabelecer regras rígidas para o setor, que é amplamente não regulamentado.
Hurst Capital quer levar royalties musicais a ‘investidor tradicional’
A Hurst Capital, plataforma brasileira de ativos alternativos, anunciou uma joint venture com a gestora Legatus Capital, em passo que mira levar opções de investimento como royalties musicais, obras de arte e créditos judiciais a um “investidor mais tradicional”, segundo comunicado.
As empresas não divulgaram qual o percentual que cada uma terá na joint venture. A previsão é originar R$ 1 bilhão com o lançamento de novos fundos de investimentos em 2023, disseram elas em comunicado conjunto.
“Vimos uma oportunidade em disponibilizar ativos alternativos ao investidor mais tradicional que prefere fazer suas aplicações via fundos”, disse o presidente-executivo da Hurst Capital, Arthur Farache, no comunicado. A plataforma possui royaltes musicais de artistas como Toquinho e Paulo Ricardo.
As opções de investimentos serão oferecidas aos clientes de ambas as casas através de carteira administrada pela Legatus, que fará a alocação da parcela do capital a ser direcionada aos ativos alternativos, disseram as empresas. As cotas dos fundos também poderão ser ofertadas na forma de tokens.
Para a Legatus, uma gestora de fundos imobiliários, fundos de investimento em participação e fundos alternativos, a ideia por trás do negócio ampliar seu portfólio, segundo o comunicado.
Brasil fica de fora do maior rali em emergentes desde 2016
O Brasil ficou de fora da maior alta mensal para ativos emergentes desde 2016 em meio a temores de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva vai embarcar em uma onda de gastos, o que turvou as perspectivas para os mercados locais.
O índice MSCI Brazil cai mais de 6% em novembro, caminhando para seu pior mês desde junho e na contramão do ganho de 14% do índice de referência de nações em desenvolvimento, que foi impulsionado por sinais de que a China está se aproximando de uma reabertura econômica e pela expectativa de que o Federal Reserve diminua o ritmo de aumentos da taxa de juros. O real é a única moeda que opera em queda no mês entre as principais divisas globais.
Desde sua vitória no segundo turno da eleição em 30 de outubro, Lula tem deixado os mercados inquietos ao apresentar planos de gastos que vão muito além do que os investidores esperavam. Isso incluiu uma proposta para a retirada definitiva do programa social Bolsa Família do teto que limita o crescimento dos gastos públicos.
O líder esquerdista, que ainda não revelou sua escolha para chefiar o Ministério da Fazenda, assustou ainda mais os operadores ao dizer que o que eles chamam de “gasto” ele considera um “investimento” e respondendo à piora nos mercados com um “paciência.”
“São muitas perguntas e nenhuma resposta definitiva além do desprezo ao teto”, disse Joel Virgen Rojano, diretor de estratégia para América Latina da TD Securities.
Alguns fundos locais abandonaram apostas otimistas em ativos brasileiros. A Genoa Capital disse que zerou a posição comprada em real contra o dólar, enquanto a Opportunity está tomada em juros e vendida em ações. Os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2024 subiram mais de 100 pontos base desde a eleição de Lula.
O Morgan Stanley, que vinha recomendando uma exposição overweight às ações do Brasil desde outubro de 2018, cortou o mercado acionário doméstico para neutro e sinalizou o risco de Lula nomear um ministro da Fazenda pouco ortodoxo.
*Com Reuters e Bloomberg
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