Economia

Mercado passa a projetar queda de 5,89% para o PIB em 2020

Focus mostra que a previsão para a inflação foi de alta de 1,59% para 1,57% no final do ano.

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Os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia brasileira e a crise política no governo de Jair Bolsonaro fizeram os economistas do mercado financeiro cortarem novamente suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração de 5,12% para queda de 5,89%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 3,34%.

Para 2021, o mercado financeiro alterou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,20% para 3,50%. Quatro semanas atrás, estava em 3,00%.

O Focus também mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2020. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano foi de R$ 5,28 para R$ 5,40, ante R$ 4,80 de um mês atrás. Para 2021, a projeção para o câmbio foi de R$ 5,00 para R$ 5,03, ante R$ 4,55 de quatro pesquisas atrás.

IPCA em 1,57% no final de 2020

Os economistas do mercado financeiro cortaram novamente a previsão para o IPCA – o índice oficial de inflação – em 2020 e 2021. O Focus mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 1,59% para 1,57%. Há um mês, estava em 2,20%. A projeção para o índice em 2021 passou de 3,20% para 3,14%. Quatro semanas atrás, estava em 3,40%.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% para ambos os casos.

A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).

Déficit primário

O Relatório de Mercado Focus trouxe nova mudança na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano foi de 7,80% para 8,00%. No caso de 2021, foi de 2,01% para 2,06%. Há um mês, os porcentuais estavam em 6,20% e 1,60%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 seguiu em 12,00%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, seguiu em 6,00%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 11,10% e 5,40%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Os avanços nas projeções refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus, de superávit comercial de US$ 43,35 bilhões para US$ 45,50 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 37,65 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit foi de US$ 42,80 bilhões para US$ 45,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 35,50 bilhões.

No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 34,10 bilhões para US$ 28,10 bilhões, ante US$ 39,60 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo passou de US$ 40,00 bilhões para US$ 38,40 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 44,85 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 seguiu em US$ 65,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 72,00 bilhões. Para 2021, a expectativa permaneceu em US$ 76,00 bilhões, ante US$ 80,00 bilhões de um mês antes.

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