Economia

PIB do Brasil cresce 1,2% no 1º trimestre e volta ao nível pré-pandemia

É o terceiro resultado positivo da economia, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto, registrado em 2014.

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A economia brasileira avançou 1,2% no primeiro trimestre de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (1).

É o terceiro resultado positivo do PIB (Produto Interno Bruto), depois dos recuos no primeiro (-2,2%) e no segundo (-9,2%) trimestres de 2020, quando a economia encolheu 4,1%, afetada pela pandemia.

PIB do Brasil por trimestre

Com o resultado do primeiro trimestre, o PIB voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica, no primeiro trimestre de 2014.

Embora o PIB tenha voltado a crescer, ele perdeu força em relação ao final do ano passado, ainda sob o impacto das medidas para desacelerar a pandemia de covid-19. Em 2020, o PIB brasileiro recuou 4,1%, o maior tombo da série histórica do IBGE.

Frente ao mesmo trimestre de 2020, o PIB apresentou crescimento de 1,0%. No acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2021, o PIB caiu 3,8%.

Em valores correntes, o PIB, que é soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, totalizou R$ 2,048 trilhões.

PIB por setores

A expansão da economia veio dos resultados positivos na agropecuária (5,7%), na indústria (0,7%) e nos serviços (0,4%), que possui o maior peso no cálculo.

PIB do Brasil por setores.

“Mesmo com a segunda onda da pandemia de Covid-19, o PIB cresceu no primeiro trimestre, já que, diferente do ano passado, não houve tantas restrições que impediram o funcionamento das atividades econômicas no país”, avaliou em comunicado a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Na agropecuária, a alta foi puxada pela melhora na produtividade e no desempenho de alguns produtos, sobretudo, a soja, que tem maior peso na lavoura brasileira e previsão de safra recorde este ano.

Já na atividade industrial, o avanço veio das indústrias extrativas (3,2%). Também cresceram a construção (2,1%) e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,9%). O único resultado negativo foi das indústrias de transformação (-0,5%).

Nos serviços, que contribuem com 73% do PIB, houve resultados positivos em transporte, armazenagem e correio (3,6%), intermediação financeira e seguros (1,7%), informação e comunicação (1,4%), comércio (1,2%) e atividades imobiliárias (1,0%). Outros serviços ficaram estáveis (0,1%).

Consumo das famílias fica quase estável

Os efeitos da pandemia afetaram o consumo das famílias, que caiu 0,1% no primeiro trimestre deste ano, frente ao quarto trimestre. Já o consumo do governo teve queda de 0,8%.

“O aumento da inflação pesou, principalmente, no consumo de alimentos ao longo desse período. O mercado de trabalho desaquecido também. Houve ainda redução significativa nos pagamentos dos programas do governo às famílias, como o auxílio emergencial”, detalha Rebeca Palis, em nota.

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) cresceram 4,6%, influenciados pelo aumento na produção interna de bens de capital e no desenvolvimento de softwares, a alta na construção e os impactos do Repetro, regime aduaneiro especial que permite ao setor de petróleo e gás adquirir bens de capital sem pagar tributos federais.

A balança comercial brasileira teve uma alta de 3,7% nas exportações de bens e serviços, enquanto as importações cresceram 11,6% em relação ao quarto trimestre de 2020. Segundo o IBGE, na pauta de importações, destacaram-se os produtos farmoquímicos para a produção de vacinas contra a Covid-19, máquinas e aparelhos elétricos, e produtos de metal.

O que é o PIB

O cálculo do PIB reúne a quantidade de bens e serviços produzidos ao longo de um período. Pode-se definir o PIB, também, como um indicador oficial do bem estar de uma população. 

O PIB brasileiro é calculado sob dois pontos de vista diferentes: a demanda (despesa) e a oferta. Quando se olha para cada um deles, o resultado final, em valores, deve ser o mesmo. Pela despesa, é possível conhecer a soma de todos os gastos que levam à expansão da economia. Pela ótica da oferta, temos um panorama geral sobre tudo o que é produzido dentro de um país.

*Notícia em atualização

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